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Doze pessoas são crucificadas nas Filipinas
Por Das Agências
13/04/2001 | 11:44
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Doze pessoas foram crucificadas verdadeiramente em San Fernando (Norte das Filipinas), como parte das cerimônias da Sexta-Feira Santa, ante milhares de fiéis e curiosos que haviam chegado para presenciar este cruel ritual tradicional.

No maior país católico da Ásia, que foi colônia espanhola por vários séculos, a evocação da morte de Jesus Cristo dá lugar a manifestações religiosas únicas no mundo.

Em todo o país, os filipinos, 80% dos quais são católicos, participam em procissões e peregrinações por ocasião da Sexta-Feira Santa, dia em que qualquer manifestação de alegria é proibida. O país pára literalmente. As emissoras de rádio e de televisão suspendem seus programas e os jornais não circulam.

Em San Fernando, fiéis e turistas acorrem para presenciar a reconstituição da paixão de Cristo, que termina com autênticas crucificações.

Essas crucificações são precedidas por surpreendentes cenas de expiação, durante as quais centenas de fiéis meio nus se flagelam, cortando as costas com vidro moído e açoitando-se depois, o que aumenta os ferimentos.

Os açoites são feitos com cordas, às quais se atam afiadas lâminas de bambu, e são de tal violência que o sangue se projeta nos espectadores agrupados ao longo do percurso da Via Crucis.

Em outro bairro da localidade, os habitantes teatralizaram a condenação de Cristo por Pôncio Pilatos. Depois, o personagem que interpreta Jesus carregou a cruz nas costas até o alto da colina, onde tinham sido antes instaladas três cruzes, nas quais foram sucessivamente crucificados os doze voluntários, onze homens e uma mulher.

Estes supliciados voluntários foram fixados nas cruzes com cravos de aço inoxidável fincados a marteladas nas palmas das mãos e nos pés. Depois a cruz foi levantada para que cada um deles permanecesse ali por alguns minutos. Ao serem baixados, recebem como "tratamento" álcool nos ferimentos e depois se afastam cambaleando.

Os voluntários que se autoflagelam ou são crucificados afirmam que o fazem para oferecer seu sacrifício a Deus. "Cada vez que faço este sacrifício, me sinto mais próximo de Deus", explicou Dante Ramos, de 35 anos de idade, que há oito anos se autoflagela na Sexta-Feira Santa e cada vez espera que lhe sejam perdoados todos os pecados do ano.




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