Cíntia Bortotto Titulo
Assédio moral e gestão - Parte 2

muitos gestores têm dificuldade de entender a linha tênue que divide uma cobrança bem feita do assédio moral propriamente dito

Por Cíntia Bortotto
27/05/2013 | 00:00
Compartilhar notícia


Há duas semanas, falei aqui nesta coluna sobre assédio moral. Vou continuar esclarecendo o assunto, pois muitos gestores têm dificuldade de entender a linha tênue que divide uma cobrança bem feita do assédio moral propriamente dito.

PEDIDO DE TAREFA FALSAMENTE URGENTES

Este tipo de comportamento por parte do gestor só pode ser considerado assédio moral, quando é feito propositalmente para dificultar a vida profissional do colaborador. Por exemplo, o chefe sabe que o colaborador tem um compromisso pessoal toda quinta-feira depois do trabalho e ele sempre diz que tem algo urgente para ser feito exatamente naquele dia e, de fato, é percebido pela equipe que não era uma atividade urgente e que poderia ser tranquilamente realizada no dia seguinte. Este, aliado a outros comportamentos persecutórios pode ser considerado um ato de assédio moral. No entanto, quando se trata de algo situacional e independe da vontade do gestor, não pode ser considerado assédio.

TENTATIVA DE FAZER O FUNCIONÁRIO PEDIR DEMISSÃO

Embora muito subjetivo, este é um ponto que, se comprovado até de forma testemunhal, pode ser considerado assédio moral. Por exemplo, um funcionário volta de um afastamento e alguns assuntos que regiam o seu contrato de trabalho, como jornada de trabalho e horários, são alterados, ou o regime de comissionamento, ou a quantidade de viagens. Ou seja, é feito um movimento que deixa aquele colaborador totalmente insatisfeito em relação ao que havia sido combinado anteriormente. Muitas vezes, percebemos que este movimento é feito como uma maneira de "forçar" o funcionário a pedir demissão. Dependendo das provas, isso é mais uma evidência de assédio moral.

LÍDER CONFUSO

Outro comportamento que pode contribuir para um cenário de assédio moral é o líder que dá explicações confusas e depois diz que quem não entendeu foi o funcionário, e, em alguns momentos, chega até a falar o quanto ele é "incompetente" por isso. Nestes casos, recomendo fortemente que o colaborador busque forças para deixar claro, seja por escrito, seja reforçando verbalmente, o que entendeu do pedido do chefe, preferencialmente na frente de outros colegas da equipe. Isso vai deixando claro se o problema está no emissor ou no receptor da informação. Evidências repetidas de problemas no emissor com intenção de prejudicar o colaborador podem ser mais uma evidência de assédio moral.

É isso aí! Por mais tênue que seja a linha que divide um gestor que não faz de forma adequada seu trabalho de um que assedia moralmente, percebo que muito conseguimos diferenciar ao perceber a intenção que está por trás deste comportamento. Normalmente, o chefe que percebe que errou se desculpa e tenta corrigir um eventual problema de comportamento. Já o gestor que assedia, faz propositalmente. Se você vive no mundo corporativo fique atento! Siga confiante e boa sorte!




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;