Esportes Titulo Copa das Confederações
Manifestação em frente a estádio foge do controle antes da partida

Balas de borracha foram atiradas pela polícia; manifestantes responderam com água e xingamentos

Thiago Postigo Silva
Enviado à Brasília
Do Diário do Grande ABC
16/06/2013 | 07:00
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Como prometido no dia anterior e também pelas redes sociais, manifestantes voltaram às ruas perto do Estádio Nacional Mané Garrincha, na manhã de ontem, para protestar contra a Copa das Confederações e também o Mundial de 2014. A ação, que começou pacífica, terminou com ao menos 33 detidos, sendo 23 maiores de idade e os dez restantes encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente. Segundo a Polícia Militar, quatro oficiais ficaram feridos.

O protesto iniciou tranquilamente e foi controlado pela polícia. Os manifestantes, porém, conseguiram chegar perto das entradas do estádio e se aproximar dos torcedores, obrigando a Tropa de Choque a agir para impedir que atrapalhassem as pessoas que iriam assistir ao jogo. No entanto, a ação não teve o efeito necessário e os manifestantes jogaram água na Cavalaria e atingiram os torcedores.

A polícia, então, utilizou cerca de 15 bombas de efeito moral em apenas 30 minutos, e os torcedores também sofreram. Os voluntários da Copa das Confederações pediram a eles que não esfregassem os olhos. Já um manifestante foi atingido com bala de borracha e outro, atropelado.

O coronel Adilson Evangelista afirmou que foram 600 pessoas que participaram da ação, a maioria estudantes. Ele também destacou que não houve conversa com os movimentos porque não apareceram os líderes, já que são vários grupos que se uniram.

Os manifestantes afirmaram que o Brasil se vendeu para a Fifa. “Copa do Mundo, abro mão. Quero dinheiro para Saúde e Educação”, gritavam eles, que também reivindicaram melhorias na Habitação.

Eles, porém, não foram bem recebidos pelos torcedores. O vigilante Ivan Feliciano, que levou seu filho para assistir à partida, criticou o protesto. “É um momento de festa, para nos unir, eles atrapalham tudo. Assustaram meu filho, nos xingaram. Isso é muito feio e não precisava disso. Acho que fizeram na hora errada”, disse.

Na sexta-feira, o MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto) também realizou manifestação e interditou uma das principais vias de Brasília. A Fifa chegou a afirmar que acompanha e respeita os protestos recentes no Brasil, mas não vai intervir, principalmente porque não enxerga relação com as competições.

Sem empolgar, Carnaval é o tema da festa de abertura

Não poderia ser diferente. A Copa das Confederações no Brasil começou com o principal produto: o Carnaval. O show, que durou cerca de 20 minutos, foi criado pelo carnavalesco Paulo Barros e contou com 2.800 voluntários, que também homenagearam as outras nações participantes. Porém, foram poucos os momentos que a torcida se empolgou com a apresentação.

A festa começou com contagem regressiva formada por voluntários e com o mapa desenhado através dos panos. Ainda teve mosaico no qual voluntárias, com macacões verdes, se posicionaram dentro de diversos casulos.
Quando fechados, se formava uma bola de futebol branca. Também foram criadas frases como ‘Sonho começa agora’ e as palavras ‘bem-vindo’, também em outros idiomas. Portugueses e índios também abriram tecido que formavam o mapa do Brasil.

Grupos de pessoas representaram os outros países e estavam vestidos com roupas alusivas a cada um dos visitantes. Cada delegação teve sua hora de dançar, com músicas típicas de cada país. Terminou com o Brasil, que teve mistura de axé e samba, com os voluntários fantasiados até de bonecos de Olinda, que fingiram disputar partida de futebol e até anotaram um gol, no momento em que a torcida mais se entusiasmou. O evento foi encerrado com a bandeira da Copa das Confederações. 




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