A construção de concessionária de automóveis na Avenida Humberto de Campos, na Vila Suely, em Ribeirão Pires, foi ontem alvo do segundo flagrante por parte da Guarda Ambiental. A obra está embargada pela Prefeitura desde fevereiro, quando foi constatado que a área de aproximadamente 8.000 metros quadrados recebia quantidade de terra acima dos 4.000 metros cúbicos permitidos pela legislação.

Foi a terceira vez que os responsáveis pela intervenção receberam auto de infração. Com base na Lei Específica da Billings, só é permitida a movimentação de terra entre as cidades que têm nascentes da represa. O Conselho Municipal do Meio Ambiente acusa a construtora de trazer terra da Capital, contaminando o terreno. 
"Em apenas um dia, vimos mais de 212 caminhões descarregando terra", disse o vice-presidente do Conselho, José Cantídio de Souza Lima. As reclamações dos moradores vizinhos à obra fizeram com que fosse instaurada ação no Ministério Público municipal exigindo providências.

Até então, a construção estava liberada pela Prefeitura e Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os responsáveis alegam que o terreno não chega à represa. No entanto, com o excesso, a terra acaba descendo até as nascentes, sendo que ao menos três delas foram totalmente aterradas. Solicitou-se a implantação de talude, mas a exigência foi ignorada.

Na delegacia local, a construtora apontada pela polícia como responsável pelo serviço assinou Termo Circustanciado de desobediência. O crime ambiental segue em apuração.