Setecidades Titulo Educação
Fundação faz 50 anos no
caminho da universidade

Enquanto trabalha para se livrar de dívidas da antiga gestão,
faculdade pretende implantar cursos stricto sensu até 2013

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
18/06/2012 | 07:00
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O Centro Universitário da Fundação Santo André completa 50 anos amanhã. Depois de passar por período atribulado, iniciado há cinco anos, quando começaram investigações sobre irregularidades administrativas que culminaram no afastamento do reitor Odair Bermelho, a instituição ainda trabalha para se livrar das dívidas herdadas da antiga gestão, enquanto passa por reestruturação e ampliação acadêmica. Paralelo a isso, há desejo de alcançar autonomia pedagógica com sua transformação em universidade em 2013.

No momento, a Fundação Santo André discute a implantação de cursos stricto sensu - condição estabelecida pelo MEC (Ministério da Educação) para que o centro de ensino se torne universidade. Assim que for obtida autorização para oferecimento de mestrado e doutorado, será formalizado pedido junto ao MEC. A expectativa é que haja novidades no próximo ano.

O principal benefício da ação, segundo a pró-reitora Marta Elizabete Olive, é ganhar autonomia pedagógica. "Teremos opção de abrir novos cursos e ampliar a oferta de vagas sem precisar da autorização do Conselho Estadual de Educação", explica.

REESTRUTURAÇÃO

O reitor Oduvaldo Cacalano destaca que os últimos quatro anos foram de trabalho intenso para fazer com que a faculdade voltasse a entrar no ritmo e, com isso, recuperasse alunos. Segundo ele, que ocupa cargo na reitoria há seis anos, sendo quatro como reitor, a instituição tinha cerca de 10,5 mil estudantes matriculados em 2007, número que caiu para 7.000 no início de 2009. Atualmente, são 9.000 alunos e a expectativa é ampliar para 10 mil no próximo ano. "Considero que estamos estabilizados. Conseguimos criar comissão para fazer varredura nos documentos e regularizar os contratos, ampliamos a quantidade de cursos e ganhamos alunos."

Hoje, a Fundação conta com 70 cursos nas áreas de graduação e pós-graduação, distribuídos entre as três faculdades: Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), Faeco (Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas) e Faeng (Faculdade de Engenharia Eng. Celso Daniel). Além disso, o colégio tem 270 alunos matriculados nos Ensinos Médio e Fundamental II (6º ao 9º ano).

A instituição sem fins lucrativos tem parceria com a Prefeitura para incentivo de R$ 200 para 500 alunos, mas não recebe repasse há pelo menos 12 anos. "Entendo que não é possível investir com verba, mas a Prefeitura poderia oferecer serviços de manutenção, o que possibilitaria mensalidades mais acessíveis", diz.

Centro de ensino foi o primeiro da região

Fundada em 1962, a instituição de caráter público e de direito privado foi o primeiro centro de ensino do Grande ABC. Além de proporcionar aos estudantes da região opção de estudo próximo de casa, a faculdade colaborou com a formação de docentes entre as sete cidades.

O jornalista e historiador Ademir Medici diz que a Fundação Santo André instalou tradição de ensino universitário na região. Outro benefício foi a preservação de área de 58,4 mil metros quadrados onde está instalada.

A tradição dos professores que atuam na faculdade é outro ponto forte do centro de ensino. "Nossos docentes geralmente fazem carreira por aqui", observa a pró-reitora Marta Elizabete Olive, que está na instituição há 25 anos.

ALUNOS

Nos últimos meses, o Centro Universitário passou por problemas evidenciados em protesto e conflito entre alunos e funcionários. Grupo de estudantes reivindica mensalidades mais acessíveis e disponibilização de espaço no prédio da Fafil onde funcionava sede do diretório acadêmico. A administração justifica a impossibilidade de modificar o valor cobrado por estar em momento de contenção de gastos e aponta rebeldia por parte dos alunos.

Ainda assim, a qualidade do ensino motiva jovens a buscar cursos da Fundação Santo André. Esse é o caso do estudante do 3º ano de Ciências Biológicas Leonardo José Pacheco Duarte, 23 anos. O também diretor de esportes da Associação Atlética Acadêmica da instituição discorda do uso de violência em manifestações e pede união dos alunos.

Já a aluna do 3º ano do curso de Engenharia Ambiental Nicole Gonzalez, 20, acredita haver necessidade de organização na parte administrativa da faculdade, além de concordar com a reivindicação por mensalidades mais acessíveis.




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