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Caso Maurício Souza repercute no Grande ABC

Moreno e José Alexandre Pena falam sobre polêmica de homofobia envolvendo jogador

Heitor Agricio
Especial para o Diário
08/11/2021 | 00:01
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Reprodução/Instagram


Ainda repercutem no meio do vôlei a demissão do jogador Maurício Souza do Minas Tênis Clube e sua perda de espaço na Seleção após comentários considerados de teor homofóbico. Em 12 de outubro, o atleta criticou nas redes sociais o fato de o novo Superman ser bissexual. “É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”, disparou. Quase imediatamente a postagem viralizou. Várias personalidades criticaram-no, entre eles colegas, ex-companheiros de equipe e de Seleção, como Maique Reis, William Arjona, Henrique Honorato, Douglas Souza, Carol Gattaz e Rosamaria. E o assunto também ecoou no Grande ABC, berço do vôlei nacional.<EM>

Com mais de 60 anos dedicados à modalidade, como jogador e treinador, Antônio Carlos Moreno, 73, compartilhou a sua visão sobre o caso e disse lamentar a situação. “Ele foi infeliz na declaração, mas na minha opinião não é motivo para ter esse exagero de punições. A gente vê que não há uma lógica no cenário do esporte brasileiro, onde a gente vê condutas semelhantes, com punições diferentes”, afirma. Moreno disse que em sua época o caso não teria toda essa repercussão.

O ex-jogador, atual coach do COB (Comitê Olímpico do Brasil), ainda acredita que Maurício tenha espaço para retornar ao vôlei, por estar entre os 12 melhores do País e pensa que o atleta não vá se aposentar. Além disso, observa que caso ele vá para o Exterior será grande perda para o cenário nacional.

Já na visão de José Alexandre Pena, 51, que foi técnico do time de São Bernardo de vôlei de 2008 a 2013, e atualmente ocupa o cargo de diretor de Esportes de Diadema, as atitudes de Maurício foram inapropriadas. Ele acredita que o jogador deveria ter se retratado após reavaliar a atitude. Sobre as punições aplicadas ao atleta, diverge. “Não sei se nesse formato que foi feita a punição de fato vai fazer o atleta evoluir.”

Técnico da Seleção Brasileira masculina de vôlei e ex-jogador do time da Pirelli, Renan Dal Zotto também se pronunciou sobre o caso. “Fiquei decepcionado. É inadmissível este tipo de conduta do Maurício, e eu sou radicalmente contra qualquer tipo de preconceito, homofobia, racismo. Em se tratando de Seleção Brasileira, não tem espaço para profissionais homofóbicos. Acima de tudo preciso ter um time e não posso ter este tipo de polêmica no grupo”. disse ao jornal O Globo.

Entre os que apoiaram o jogador estão Felipe Melo, jogador do Palmeiras; Fred, atacante do Fluminense; o presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio; e Nenê Hilário, jogador de basquete.

Em entrevista ao programa Panico, da Jovem Pan, Maurício afirmou que não vai ser fácil ingressar em outro time no momento, e também revelou que vem recebendo convites para entrar no mundo da política por diversos partidos conservadores. 




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