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Covid faz de março mês com mais mortes na história da região

Foram 2.705 óbitos registrados nos 31 dias, sendo 1.087 em razão da doença, recorde na pandemia

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
01/04/2021 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


A cada 41 minutos um morador do Grande ABC perdeu a luta para a Covid em março. O mês mais letal de toda a pandemia terminou com 1.087 mortes em razão da doença, de acordo com dados dos boletins epidemiológicos das prefeituras, e, com 2.705 perdas no geral, entrou para a história como o mês com mais óbitos desde 2003, quando a Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais de São Paulo) passou a tabular dados de mortes das cidades. A marca anterior era de junho de 2020, com 2.195 baixas, sendo 533 de Covid. 

A Arpen esclarece que os dados de março não estão consolidados, o que só deve ocorrer na primeira quinzena de abril em razão da burocracia no registro de atestados de óbitos, ou seja, a marca pode subir ainda mais. 

As 1.087 baixas registradas pelas sete cidades em março deste ano em razão da Covid são assustadoras e representam quase o dobro do recorde anterior, de julho de 2020, quando 598 perderam a vida para a doença. Em relação aos casos, mesmo sem as testagens em massa que ocorreram no início da crise, março também estipulou novo recorde, com 24.851 contaminações, ou seja, um infectado a cada dois minutos.

O surgimento das novas variantes do coronavírus, somado as festas de fim de ano, o desrespeito da população as normas sanitárias e a vagarosidade da campanha de vacinação são os motivos apontados pelos especialistas para que a situação tenha fugido do controle em março. “Falta conscientização por parte da população, principalmente. Em seguida vem o cronograma da vacinação, que deveria estar a todo vapor. Acredito que, desta forma, os números só vão começar a melhor no meio do ano”, avalia o infectologista, professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) Munir Akar Ayub.

Com 5.670 mortes por Covid acumuladas desde o início da pandemia, a região chegou a 202 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes, isso significa que, se fosse um país, o Grande ABC seria o quarto do mundo com mais baixas proporcionalmente, atrás apenas de República Tcheca (245 a cada 100 mil habitantes), San Marino (244) e Hungria (211). A pior situação é a de São Caetano, com 319 mortes a cada 100 mil habitantes, seguida por São Bernardo (214), Santo André (207), Diadema (191), Ribeirão Pires (169), Mauá (156) e Rio Grande da Serra (132). No Brasil, a taxa é de 153 e no Estado de São Paulo, de 164.

ATUALIZAÇÃO

Pela segunda vez seguida o Brasil registrou recorde de mortos pela Covid em 24 horas. Depois de 3.780 falecimentos na terça-feira, ontem o Ministério da Saúde computou mais 3.869 perdas, com total de 321.515. Em relação aos infectados foram mais 90.638, com total de 12.748.747, sendo que, desses, 11.169.937 estão recuperados.

O Estado fechou março com o recorde de óbitos e casos registrados no mês, em toda pandemia. Entre 1º e 31, foram 15.159 novas mortes e 428.221 casos. Agora são 74.652 perdas e 2.469.849 infectados.

Março também foi marcado pelo crescimento das internações, que ultrapassaram 31 mil pessoas hospitalizadas em um mesmo dia. Ontem, eram 31.175 pessoas internadas, sendo 12.961 pacientes em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e 18.214 em enfermaria. As taxas de ocupação das UTIs tiveram pequena queda e eram de 89,9% no Estado e de 88,5% na Grande São Paulo.




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