Política Titulo Levantamento
Pretos e pardos são apenas 4% do secretariado do Grande ABC

Dos 158 cargos de primeiro escalão nos Paços, só sete são comandados pela população negra

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
24/11/2019 | 07:00
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O secretariado das sete prefeituras do Grande ABC nem de longe representa a população brasileira, formada majoritariamente por pretos e pardos. Levantamento feito pelo Diário mostra que, dos 158 cargos de primeiro escalão nos governos da região, apenas sete são chefiados pela população negra, ou 4,4% do total.

Das sete cidades, há duas, inclusive, que não possuem nenhum negro ou pardo no secretariado: Santo André, governada por Paulo Serra (PSDB), e São Caetano, gerida por José Auricchio Júnior (PSDB). O baixo índice de representatividade negra no comando das pastas, autarquias e fundações é composto por Ivar de Souza, subprefeito de Riacho Grande, em São Bernardo; Paulinho Correria e Margareth Sanches, secretário de Esportes e diretora-presidente da Fundação Florestan Fernandes, respectivamente, na gestão Lauro Michels (PV), em Diadema. O quadro é completado por Caio Evangelista, chefe da Cultura no governo do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB); Professora Elzinha (Inclusão Social) e José Adão Alves (Transportes), ambos secretários em Ribeirão Pires, administrada por Adler Kiko Teixeira (PSB); e Ednilson da Silva Gomes, secretário de Serviços Urbanos do governo de Gabriel Maranhão (Cidadania), em Rio Grande da Serra (veja tabela abaixo).

Segundo o Censo 2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a proporção dos moradores do Grande ABC que se declarara negra ou parda é de 35,12% do total de 2,5 milhões de habitantes da região.

Para a professora de direito Marilene de Mello, militante do movimento negro, a subrepresentatividade da população negra em cargos de chefia nos secretariados se dá em decorrência do racismo institucionalizado, inclusive na política. “Nosso povo está apático, sem esperança e, por isso, são poucos que enfrentam as dificuldades que o racismo institucionalizado em todas as esferas de poder, em especial no poder político, impõe ao nosso povo”, explicou.

Para ela, a saída é pela educação. “Esta educação seria não somente para as crianças, adolescentes e jovens, mas alcançaria educação para adultos. Não é alfabetização, é mesmo a educação para a política,com conhecimentos quanto a nossa história, filosofia, cultura, sociologia, geografia, diversidade, enfim tudo com respeito ao ser humano, independentemente da origem, etnia, religião e orientação sexual.”




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