Ele sofreu ataque cardíaco fulminante ao final do terceiro ato da ópera, caindo no chão na frente dos músicos.

No programa de Aída distribuído aos espectadores, o maestro tinha escrito um texto premonitório, uma homenagem ao falecido diretor de teatro alemão Goetz Friedrich, com quem tinha dividido a direção dessa última produção da ópera de Verdi.

Citando palavras de Édipo e Sófocles, escreveu: "Que o destino lhes seja favorável e que sempre se recorde de mim com alegria, quando estiver morto".

Giuseppe Sinopoli era o maestro chefe da orquestra de maior prestígio do mundo. Regeu nos principais centros líricos do planeta, como o Scala de Milão, o Metropolitan Opera de Nova York e o Covent Garden de Londres.

Desde 92, ele dirigia o ilustre Staatskapelle de Dresde, da Alemanha. Sinopoli também era compositor e doutor em medicina.

Nascido em 1946 em Veneza, na Itália, Sinopoli estudou no conservatório de música de sua cidade natal e na faculdade de Medicina de Pádua, no Nordeste do país. Em 1972 obteve o diploma de doutor em medicina por seus trabalhos sobre antropologia criminal.

Em 1983 foi nomeado diretor da orquestra da Academia Santa Cecilia de Roma. Nesse mesmo ano, dirigiu Tosca, de Puccini, no Metropolitan de Nova York e Tannhãuser, de Wagner, em Bayreuth.

No ano passado, ele dirigiu no Festival de Bayreuth, templo da música wagneriana, a nova produção da Tetralogia posta em cena pelo alemão Jurgen Flimm.