O Papa, deve se encontrar com o presidente Eduard Chevardnadze e o chefe da igreja ortodoxa georgiana, Ilia II. Na tarde desta terça-feira, Joao Paulo II celebrará uma missa no palácio dos esportes de Tibilise. ``Penso que esta visita é importante para todo o Cáucaso' declarou à imprensa o presidente georgiano, chamando o Papa de personalidade ``mais eminente' deste século.

Trata-se da primeira visita de um Papa à regiao do Cáucaso. Joao Paulo II deveria ter ido à Armênia em julho passado, mas a visita foi cancelada devido a problemas de saúde.

Ao viajar à Georgia, Joao Paulo II deseja ir ao encontro dos cristaos ortodoxos num país onde os católicos representam uma pequena minoria. Convidado por Illia II, o Papa vai realizar em Tibilise um ``passo adiante' na tentativa de aproximaçao com os ortodoxos russos, uma etapa importante na perspectiva de uma eventual viagem papal a Moscou, segundo os representantes georgianos em Roma.

Na sexta-feira passada, o patriarca ortodoxo russo Alexis II disse que uma visita de Joao Paulo II à Rússia era impossível no atual momento e pediu ao Vaticano negociaçoes para analisar os problemas pendentes. O patriarca criticou em particular o ``proselitismo' do Vaticano em Rússia, Ucrânia, Bielorrúsia e Casaquistao. ``Isso nao deveria ocorrer entre igrejas irmas, em circunstâncias que o Vaticano nos considera como tais', declarou Alexis II à Interfax.

No começo do mês, cinco sacerdotes da igreja georgiana organizaram uma oraçao para protestar contra um projeto de grande missa celebrada pelo Papa e por Illia, numa praça no centro de Tibilise. O chefe da igreja georgiana condenou a iniciativa dos cinco sacerdotes.

Georgia e Armênia foram as primeiras naçoes cristianizadas no início do século IV, inclusive antes do império romano. A Georgia, uma república de cerca de 4,8 milhoes de habitantes, de maioria ortodoxa, conta também com cerca de 120 mil católicos.