Política Titulo Afasta improbidade
Justiça diz que Lauro errou ao nomear secretário, mas afasta improbidade

Decisão absolve prefeito de Diadema,
porém cita ilegalidade em substituição

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
30/04/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza 18/4/16


Juiz da Vara da Fazenda Pública de Diadema, André Mattos Soares considerou como ilegal a atitude do prefeito Lauro Michels (PV) em tirar férias e nomear seu secretário Fernando Machado (Assuntos Jurídicos) para responder pelo expediente da Prefeitura, em vez de designar o cargo ao então presidente da Câmara, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), para substituí-lo, em 2014. O magistrado porém, não acatou o pedido do Ministério Público e decidiu não condenar Lauro e Fernando por improbidade administrativa por falta de dolo.

A ação civil foi impetrada pela Promotoria em fevereiro. A Justiça entendeu que, ao impedir que Maninho tomasse posse do governo em sua ausência, Lauro infringiu os artigos 79º e 80º da Constituição Federal, 38º e 40º da Constituição Paulista e a LOM (Lei Orgânica Municipal), que elencam o mandatário do Legislativo como primeiro na linha sucessória em impedimento do vice. Na ocasião, a vice-prefeita Silvana Guarnieri (PSDB) estava de licença médica. “O ordenamento jurídico veda, portanto, que a chefia do Poder Executivo permaneça sem a presença de um substituto no seu exercício, ou seja, que permaneça acéfala. A normatização de regência não legitima ao secretário de Assuntos Jurídicos a prática de atos privativos das atribuições de prefeito (...) A ilegalidade é condição necessária, mas não suficiente para a configuração da improbidade”, diz a decisão, proferida no dia 18.

O caso é referente a curioso episódio ocorrido entre maio e junho de 2014, quando Lauro tirou férias e viajou para o Exterior, deixando as chaves da Prefeitura com Fernando. Na ocasião, a postura de Lauro causou polêmica no meio político da cidade, já que a LOM legitimava que Maninho substituísse o prefeito. O verde, porém, não queria deixar o governo sob o comando do partido. O PT diademense chegou a ingressar com mandado de segurança na Justiça para que o petista ocupasse a cadeira na ausência de Lauro. O Judiciário negou o pedido porque a autora da ação era a ex-vereadora Irene dos Santos (PT) e a petista não estava na linha sucessória.

“Isso sempre foi politicagem do PT. Não fiz nada de ilegal. O PT sempre tenta denegrir a minha imagem”, comentou Lauro. Curiosamente, o verde vai rivalizar com Maninho na disputa pelo Paço, em outubro. (Colaborou Raphael Rocha) 




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