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Governo distribuiu mais cargos para aliados
23/04/2004 | 00:10
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Ganhou velocidade nos últimos dias a distribuição de cargos federais entre os partidos aliados. Desde que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou, há quase duas semanas, que seus operadores políticos pagassem logo a fatura e atendessem os pleitos, a lista começou a andar. Agora, o rateio de cargos já está na reta final. O PMDB, o PTB e o PP, do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf, já tiveram vários pedidos desengavetados e o troca-troca será formalizado nos próximos dias.

As resistências de petistas que estão agora cedendo lugar aos outros aliados foram contornadas com duros recados do presidente. Assim, o PMDB, que tem dois ministérios e ganhou a presidência da Eletrobrás com Silas Rondeau, homem de José Sarney, levará também a presidência nacional do INSS, que irá para o ex-senador pelo Mato Grosso Carlos Bezerra. Apesar da grita de setores do PT, o nome já está aprovado pelo Palácio do Planalto. Não é só: os peemedebistas, que emplacaram o ex-ministro João Henrique no comando dos Correios, conseguirão a nomeação do diretor comercial da estatal, Carlos Fioravanti.

O PP, de Paulo Maluf, ganhou a diretoria de Abastecimento da Petrobrás: Paulo Roberto Costa entrará no lugar de Rogério Manso, nomeado no governo de Fernando Henrique Cardoso. O PTB, que só tem o pequeno Ministério do Turismo, embora seja considerado um dos aliados mais fiéis, ganhará agora uma diretoria da Agência Nacional de Saúde e cargos menores nos Estados, como no Piauí. Além disso, o PTB conquistou a presidência da Eletronorte para Roberto Salmeron, escalado para o lugar de Rondeau.

Depois de muito chiar e escancarar o ciúme por causa do avanço do PMDB, cristão novo na aliança governista, o PL - que já detinha o Ministério dos Transportes, mas não os principais cargos - conseguiu nomear o secretário-executivo e seus subordinados. Obteve, ainda, diretorias do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit).

Todas as pendências maiores serão resolvidas logo, até o início de maio, mas o governo sabe que não terá sossego. Como diz um operador palaciano, "o varejo não acaba nunca: quando se atende um pedido aqui, surge outro ali". A articulação política para o preenchimento dos cargos estava a cargo do ministro da Casa Civil, José Dirceu, e de seu assessor especial, Marcelo Sereno.

Dirceu deixou a função por ordem de Lula. Após negociar os cargos pendentes, Sereno irá para o diretório nacional do PT, para assumir a Secretaria de Comunicação no dia 3 e integrar o Grupo de Trabalho Eleitoral.




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