Seis espetáculos neste sábado e três no domingo compõem o rol de opções do Circuito Teatral Santa Terezinha neste fim de semana em Santo André. A estréia neste sábado e domingo é E.L. Circo, às 20h, no Parque Prefeito Celso Daniel, com números circenses e cenas teatrais pesquisados na tradição do circo brasileiro com entrada franca. Atores-aprendizes da ELT (Escola Livre de Teatro), treinados por Marcelo Milan, também diretor geral do espetáculo, fazem as primeiras apresentações para o público do Núcleo de Montagem Circense.

Aprendizes sim, mas com números de risco e riso recorrentes do circo tradicional: trapézio em dupla, trapézio solo, contorcionismo com equilíbrio, corda bamba, malabarismo e, claro, palhaços. Todos os artistas têm números, todos atuam nas cenas teatrais e todos participaram do processo de montagem – literalmente – do circo. Na prática, é o conceito do artista múltiplo, o faz-tudo, que fez história no circo brasileiro e que a ELT resgata, ensinando seus alunos o que é ser um artista completo para atuar em qualquer produção que exija preparo rigoroso, disciplina e concentração.

O diferencial na apresentação são as cenas que intercalam os números. A dramaturgia de Luís Alberto de Abreu escolheu o casal Romeu e Julieta, personagens de William Shakespeare, para mostrar o que teria acontecido com eles se não tivessem morrido no fim da peça e se fossem um casal de nordestinos, manos da periferia, ou velhinhos surdos.

“O circo é um contexto pedagógico de formação do artista cênico. O treinamento é árduo e é isso que queremos mostrar. Exige-se muita concentração e disciplina para se formar o artista múltiplo que pretendemos”, disse Antônio Rogério Toscano, coordenador da ELT. Para os que desejam conhecer as técnicas circenses da escola livre, Marcelo Milan dará nos sábados deste mês, a partir de sábado, oficinas no Sesi Santo André, das 17h às 19h (Tel. 4997-3177).

Circuito Teatral – O Circuito Teatral Santa Terezinha tem o subtítulo Periferia Expandida. Periferia É Centro. Está embutida a idéia de que o bairro é o centro teatral por excelência de Santo André. “A Cia. Rokokós veio para Santo André por conta da ELT, o Teatro do Asfalto nasceu de ex-alunos da ELT. O centro nervoso da produção teatral está ali. Nem dá para dizer que é periferia, é um Centro expandido”, diz Toscano.

Todos os espetáculos têm entrada franca, ou quase. No Teatro do Asfalto, pede-se que o espectador pague “quanto der” para ver Fala Comigo como a Chuva... E me Deixa Ouvir, texto de Tennessee Williams encenado pelo grupo Os Subterrâneos, formado por ex-aprendizes da ELT.

No Conchita de Moraes, neste sábado e domingo e até dia 30 deste mês está em cartaz Nô Caminho – 7 Passos para Dentro, com o Núcleo de Formação 6 da ELT. No Sesi, a Cia. Pia Fraus apresenta Olhos Vermelhos – Um Tributo a Antígona. Para crianças, no Sesc Santo André, a Cia. Espinha de Peixe, conta histórias às 15h; e domingo, a Cia. do Nó encena Chapeuzinho Vermelho, às 15h.