O MEC (Ministério da Educação) afirma que o Enade é apenas um dos instrumentos de avaliação dos cursos oferecidos em todo o país, e garante ser mais eficiente que o Provão. "O Provão avaliava o resultado final. O Enade pretende avaliar o processo de formação do aluno. Ou seja, o quanto a faculdade realmente contribuiu para o seu conhecimento", explicou o coordenador do Enade, Amir Limana.
A principal diferença entre os dois exames, segundo Limana, começa no fato de o aluno realizar duas provas durante o curso universitário. Agora, devem participar do exame alunos matriculados tanto no primeiro quanto no último período. "Quem entrou agora na faculdade, faz o exame. E, quando estiver saindo, faz de novo. Assim o termômetro é mais eficiente", justificou.
Nem todos os calouros ou formandos das carreiras que inauguram o Enade farão a prova neste domingo. O MEC adotou a estratégia da avaliação por amostragem e, embora a inscrição fosse obrigatória a todos os estudantes, só 62% deles foram selecionados via sorteio para participar do Enade. A exceção são os cursos com um número muito pequeno de alunos, como Zootecnia e Terapia Ocupacional. "Nessas áreas, todos os inscritos farão a prova", explicou o coordenador.
Além de medir o conhecimento do aluno ao entrar e ao sair da faculdade, outros critérios serão levados em consideração na hora de atribuir um conceito (que vai de A a E) a uma instituição. O Enade é uma das três partes do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), que ainda conta com a auto-avaliação das faculdades e avaliação por meio de comissões externas enviadas pelo MEC. O processo é lento, mas, segundo Limana, mais fiel à realidade das instituições.
"Só em três anos vamos poder atribuir um conceito às instituições que começamos avaliar neste ano. O desempenho do aluno no Enade vai corresponder a, no máximo, 25% dessa nota final", disse. Em março, o MEC divulgará a nota dos alunos no exame.
Como é aplicado nos novos moldes pela primeira vez, o Enade abrange este ano só cursos da área de saúde. Mas Limana afirmou que, até 2006, o MEC já terá condições de estendê-lo às 52 áreas de conhecimento. "A avaliação não tem caráter punitivo. Será para direcionar políticas públicas na área de educação", finalizou.
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