Política Titulo Diadema
Sem dinheiro, Lauro liberará R$ 9,8 milhões a vereadores

Orçamento de Diadema vai acolher indicação no valor de R$ 466 mil de cada um dos 21 parlamentares

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/11/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Mesmo alegando dificuldades financeiras, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), vai separar R$ 9,8 milhões do Orçamento para acolher emendas de vereadores. Cada um dos 21 parlamentares vai poder indicar obras com valor de até R$ 466,4 mil na peça orçamentária do próximo ano, avaliada em R$ 979,4 milhões.

O montante representa 1% da arrecadação municipal e o percentual é quase a totalidade da capacidade de investimento própria do Executivo. Já a dívida total do Paço, informada no projeto de lei que tramita no Legislativo, é de R$ 451 milhões.

Lauro manterá a prática adotada no governo Mário Reali (PT), que decidiu separar recursos do Orçamento para indicação dos vereadores também reclamando de dificuldades financeiras. O percentual também é o mesmo.

As regras para utilização das emendas parlamentares vão ser definidas na segunda-feira, quando haverá reunião na Câmara com o departamento financeiro do Paço. Mas algumas restrições estão preestabelecidas, como a impossibilidade de alteração de verba nas Pastas de Saúde e Educação, as que levam maior fatia das receitas municipais.

A base governista queria, inicialmente, a destinação de 2% do Orçamento para acolher pedidos dos vereadores. Tanto que o percentual foi protocolado junto à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), espécie de prévia da peça orçamentária definitiva. Caso fosse mantido esse número, a Casa teria direito a opinar diretamente em R$ 19,6 milhões – R$ 933,3 mil para cada parlamentar.

Neste ano, Lauro pouco atendeu às emendas direcionadas no Orçamento projetado no último ano de governo de Reali. A solicitação de seu líder na Câmara, José Dourado (PSDB), foi uma das que não foram executadas: o tucano pediu a construção de cobertura de quadra esportiva pública no Jardim Sapopema.

“Eles (a gestão do PT) não oficializaram as emendas no Orçamento. Diziam que havia o Orçamento Participativo e que muitas demandas trazidas pelos vereadores não batiam com os desejos do bairro”, discorreu Dourado. “Agora acredito que dê para executar. O Lauro se colocou à disposição (de atender as demandas)”, adicionou o vereador, que neste ano vai propor a construção de escadão na Rua dos Cedros, no Jardim Sapopema.

ALIADOS E CARGOS

Lauro foi eleito em coligação que emplacou só seis vereadores – o grupo que apoiou Reali elegeu maioria absoluta na Casa.

Para costurar maioria no Legislativo, Lauro teve de abrir cargos comissionados para indicação de parlamentares, algo que ele disse que não iria fazer durante a campanha a prefeito. A cota estipulada foi a de apadrinhamento de quatro cargos no governo, em vagas de segundo e terceiro escalões.




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