Artigo

A 21ª Conferência Nacional de Advogados, realizada pela OAB, em Curitiba, tem por tema ‘Liberdade, Democracia e Meio Ambiente'. Mas a luta contra a corrupção deu o tom das discussões. Mais uma vez o Paraná e Curitiba - onde, em 1978, na 7ª Conferência Nacional, o então presidente Raymundo Faoro verberou pela abertura democrática - dão a partida numa grande tese de mobilização nacional. A pregação de Faoro concretizou-se e hoje temos a democracia plena. E, com base nessa mesma democracia, temos força para abrir a grande cruzada anticorrupção.

Oxalá a semente lançada na capital paranaense frutifique e torne-se o benfazejo clamor nacional pela moralidade política e administrativa. Que as regionais e seccionais da OAB aproveitem o empuxo da conferência nacional e também chamem seus integrantes e respectivas comunidades a realizar localmente o movimento anticorrupção. Busquem outros parceiros na sociedade civil e, com isso, criem a massa crítica capaz de conduzir o País às mudanças de comportamento, ao cumprimento da ética e à penalização daqueles que insistirem em continuar praticando a corrupção nas suas mais variadas formas.

É lamentável que, em face de corrupção, corporativismo, impunidade e outros males que recheiam os arraiais políticos e administrativos, a população torne-se apática e se contente em apenas odiar os políticos. Se apenas odiar e nada fizer, os malfeitores continuarão em suas práticas e nada mudará. A sociedade, através de suas entidades representativas e respeitáveis, como a OAB e diversas outras, devem mobilizar o povo e exigir providências e punições contra todos os indivíduos que, de alguma forma, meterem a mão no cofre público. Têm de ser exemplarmente punidos autoridades e funcionários que não cumprem obrigações, cobram propinas, permitem que fornecedores descumpram contratos ou fazem qualquer outro tipo de falcatrua. Todo recurso que sair da aplicação lícita para a ilícita faltará para os serviços de interesse do povo. Temos de deixar de ser o País do ‘jeitinho' e do corporativismo. Todas as irregularidades denunciadas ou pressentidas por funcionários e órgãos encarregados do controle têm de ser devidamente apuradas e levadas aos tribunais. Só dessa forma é que conseguiremos legar um País melhor para as novas e futuras gerações.

Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente e dirigente da Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo.

Palavra do leitor

Dengue

Saí do Hospital Mário Covas e ao atravessar a Avenida Pereira Barreto em direção ao Shopping ABC para pegar condução verifiquei algo que me deixou perplexa! Há um ‘laguinho' imundo entre as duas vias da avenida, bem em frente ao shopping, que contraria todas as leis de higine e cuidados para se evitar doenças, como a proliferação do mosquito Aedes aegypti, por exemplo. O governo gasta rios de dinheiro para fazer propaganda na TV e rádio e ele mesmo acaba por desobedecer as regras de boa conduta para se prevenir a doença. Além de gastar o dinheiro do povo, ele mesmo (no caso a Prefeitura de Santo André) ajuda a disseminar a doença. Para quê, então, a propaganda paga? Nossos impostos não seriam suficientes para manter esses lagos em bom estado? É melhor esvaziá-los então e jogar pedrisco. Vou fiscalizar isso, e caso demorem para tomar providências, darei a resposta nas urnas, na próxima eleição!
Sônia Ferreira da Silva
Santo André

Cartola

Em meio às justas comemorações pelo título do Brasileirão, o torcedor corintiano deveria estar reverenciando também seu presidente Andrés Sanchez, que faz administração eficiente e exemplar! Tirou o Timão do limbo financeiro, montou equipe competitiva e iniciou a construção de belo estádio, tão prometido há décadas por outros dirigentes populistas e incompetentes! Mais importante ainda, como prometeu, não vai tentar a reeleição, porque entende que a renovação é o caminho mais democrático. Essa atitude madura desse dirigente não é comum no futebol brasileiro e tampouco mundial.
Paulo Panossian
São Carlos (SP)

Guerras

Todas as drogas, a violência, inclusive no trânsito, as doenças não tratadas por falta de atendimento matam 1,5 milhão de pessoas no Brasil todos os anos. É mais do que todas as guerras do mundo juntas. Jamais teremos guerra contra nossos vizinhos, pois estamos em guerra civil e apontando nossos canhões para dentro do Brasil. Estamos nos especializando em guerras urbanas, a prova está no Haiti, para onde mandamos soldados para combater este tipo de violência, a pedido da Organização das Nações Unidas, que nos reconhece especialistas nesse tipo de conflito.
Antonio Carlos Guertas
São Bernardo

Psiu

Que inveja da Capital, que em virtude da Operação Psiu (programa da prefeitura que fiscaliza o nível de ruído dos estabelecimentos comerciais) fechou 530 bares na cidade de São Paulo. Como morador do bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo, tenho que conviver com bares abertos até de madrugada com arruaça, barulho e até gente bebendo no meio da rua (basta ver a Rua Paulo Afonso e Avenida Prestes Maia). Será que um dia isso terá fim? Parabéns à prefeitura de São Paulo pela atitude.
Roberto Saraiva Romera
São Bernardo

Malha fina

Engraçado como a Receita Federal é tão eficiente quando coloca na malha fina 570 mil contribuintes e é tão incapaz de rastrear políticos, empresários, banqueiros e outros por aí, que vivem como nababos e prestam contas ao Leão como pedintes. Precisamos de 10 mil desses que a Receita segurou na malha fina para fazer um sonegador que a Receita não vê. E dá-lhe imposto em cima dos assalariados, muito mais cômodo e fácil de investigar. Aliás, investigam quem querem. Quem não querem, fazem vista e ouvidos de mercador!
Beatriz Campos
Capital

Ministros

Que venham o oitavo, o nono e todos os que se locupletam e denigrem o cargo.
Luiz Nusbaum
Capital