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Europa lança primeiro satélite do projeto Galileu
Por Da AFP
28/12/2005 | 09:31
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A Europa lançou nesta quarta-feira o primeiro satélite de demonstração do projeto Galileu, que permitirá testar em condições reais as tecnologias do futuro sistema europeu de localização e navegação por satélite.

Galileu, futura alternativa do até agora hegemônico sistema americano GPS (Global Positioning System), permitirá à Europa adquirir a independência neste campo estratégico imprescindível para a gestão do tráfego aéreo, marítimo e, cada vez mais, a circulação de automóveis.

O lançamento do satélite Giove A, que foi transportado por um foguete russo Soyuz a partir do cosmódromo de Baikonur no Cazaquistão, aconteceu sem incidentes às 5h19 de Londres (3h19 de Brasília), segundo as imagens retransmitidas ao vivo por um telão à imprensa em Moscou.

"Todos os parâmetros estão normais", anunciou Marco Falcone, diretor de sistemas do Galileu na Agência Espacial Européia (ESA), para explicar que o vôo se desenvolvia de acordo com as previsões.

O Giove A, um cubo de 602 quilos, fabricado pela empresa britânica SSTL, servirá para validar no espaço várias novas tecnologias, entre elas o relógio atômico mais exato enviado ao espaço até hoje.

A separação dos três primeiros níveis do lançador aconteceu, de acordo com as previsões, depois de pouco mais de nove minutos de vôo.

O quarto e último nível, batizado "Fregat", ainda deve transportar o Giove A, cuja expectativa de vida é de dois anos, a sua órbita definitiva, situada a 23.000 km da superfície da Terra.

Esta fase deveria estar concluída três horas e 42 minutos depois do lançamento, segundo o plano de vôo divulgado pela Starsem, a empresa russo-européia responsável por comercializar os foguetes Soyuz.

No entanto, o êxito ou fracasso da missão não poderá ser anunciado até que se comprove o bom funcionamento dos painéis solares e das ferramentas de transmissão do satélite, ou seja sete horas e 32 minutos depois do lançamento.

Esta é a primeira vez que a ESA, que coordena a fase inicial do projeto Galileu em conjunto com a União Européia, envia um satélite a uma órbita mediana. Este posicionamento garante uma grande estabilidade ao satélite, mas o entorno radioelétrico é pouco conhecido.

As primeiras reflexões sobre a necessidade de criar uma alternativa ao GPS americano remontam ao início dos anos 90, mas será preciso esperar até 2010 para ver o início do serviço comercial do Galileu.

Este será o primeiro sistema de navegação por satélite sob administração civil. Os sistemas existentes, o americano GPS e o russo Glonass, continuam sob controle militar.

Alguns países latino-americanos - Brasil, Argentina, Chile e México - mostraram interesse em participar no programa Galileu.

O Galileu, que representa um investimento total de 3,8 bilhões de euros (R$10,5 bilhões), permitirá localizar um objeto em tempo real com grande precisão em qualquer ponto da Terra.

Graças ao Galileu e ao GPS - os dois sistemas serão compatíveis - será possível localizar coisas tão diversas como um contêiner perdido ou um automóvel roubado, avaliar o tempo que resta antes da passagem de um ônibus, seguir os deslocamentos de um criminoso que tenha uma pulseira eletrônica ou socorrer um excursionista perdido.

O lançamento de Giove-A, que estava inicialmente previsto para segunda-feira, foi adiado em dois dias depois da detecção de anomalias nas estações terrestres encarregadas de seguir o percurso do satélite no espaço.




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