Com a justificativa de que o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC estava se tornando “monólogo regional” e não um lugar de debate plural em benefício da população das sete cidades, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), relatou que essa situação foi considerada gota d’água para se retirar do colegiado.

“Isso aqui estava virando um autoritarismo, não estava virando debate regional e sim monólogo regional. Era isso que estava virando”, disparou o verde. “Tinha uma pessoa, uma peça que decidia o que queria e não é assim. Todo mundo é prefeito igual, todo mundo é igual e vamos discutir”, declarou Lauro, em tom de desabafo, logo após deixar a reunião.

Diadema foi, de fato, a única cidade a deixar formalmente o Consórcio, ainda em julho 2017 – São Caetano e Rio Grande estavam na iminência da saída oficial, depois de sancionar afastamento. Apesar deste contexto, Lauro afirmou que nunca quis deixar a entidade. “Nunca quis sair do Consórcio. Sempre quis contribuir. Perdi, de 2012 até agora, R$ 720 milhões em arrecadação e quando se tem queda bruta de receita, você quer ser ouvido. Quando não é ouvido, à boa casa você não pertence, você tem que ir embora. Tem que fazer alguma coisa e eu fiz alguma coisa”, alegou o prefeito.

Para o verde, política tem que ser feita apenas em ano eleitoral ou no mandato e não fora do cargo e de época. “Estou aqui pela proposta bacana do Paulinho. Pedi para incluir sindicatos, universidades, para que eles tenham cadeira cativa dentro do Consórcio”, acrescentou.

Lauro sustentou que um dos motivos do retorno de Diadema também foi pela boa relação com as cidades vizinhas. Segundo o chefe do Executivo, essa relação é inerente entre as sete cidades. “Minha cidade faz divisa com São Bernardo, por exemplo. Se eu não falar com meu vizinho, como vou conseguir cuidar da minha cidade?”, concluiu.