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Arte 'tatuada' na parede

Artista plástico andreense Tico Canato roda o mundo mostrando seu talento

Miriam Gimenes
19/12/2018 | 07:19
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Divulgação


Todo são-paulino que se preze nutre admiração pelo técnico Telê Santana (1931-2006). O ídolo da torcida tricolor esteve à frente to time no início da década de 1990 e com ele ganhou títulos importantes – entre os quais a Copa Libertadores da América e o Mundial Interclubes –, tanto que passou a ser chamado pela torcida e jogadores de Mestre Telê.

E foi o rosto dele que o artista plástico andreense Tico Canato, 35 anos, começou a desenhar ontem em uma parede do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, em São Paulo. “Sou são-paulino sofredor”, brinca. Este é mais um dos trabalhos que ele coleciona em seu portfólio, que começou a ser ‘feito’ quando ainda tinha 14 anos. “Meu pai era gráfico e cresci acompanhando a história de publicações, muitas revistas em casa, algumas de games, quadrinhos. Comecei a copiar os personagens com papel manteiga e a descobrir um pouco dessa linguagem”, lembra.

Ao cursar técnico em publicidade deu início às ilustrações, voltada para os quadrinhos. Uma vez na faculdade de Publicidade e Propaganda, desenvolveu personagens e se enveredou no ramo da moda. Tanto que participou do desenvolvimento de coleções e estampas para marcas como Mandi, MCD, Ecko, Everlast, Canal, Cavalera, entre outras. Na John John e Opera Rock foi além, chegou a diretor de arte, até criar sua marca própria, a Dom King Clothing.

Mas a sua paixão sempre foi o grafite. “Comecei a seguir grafiteiros, principalmente OsGemeos (Gustavo e Otavio Pandolfo). Eu e mais um grupo de amigos descobríamos onde iam grafitar em São Paulo e íamos acompanhar os caras. ficávamos até oito horas vendo eles fazerem os grafites”, conta, acrescentando que foi levando esta arte em paralelo ao seu trabalho nas agências.

Até que chegou o ponto dele decidir não ficar mais preso dentro de uma empresa. “Resolvi me dedicar 100% para a arte, ainda que seja complicado sobreviver dela no nosso País. Precisa ter um suporte, alguém para ajudar na parte financeira.” Com a ajuda de um sócio, abriu seu ateliê na Vila Maria, em São Paulo, e uma agência voltada para prospecção do seu trabalho.

E com a decisão rompeu as fronteiras brasileiras. Ficou três meses nos Estados Unidos e expôs na Galeria Saint Paul, em Miami, nos Estados Unidos. Hoje tem obras suas – que misturam tatuagens e uma ‘pegada’ mexicana – compradas por celebridades como Luciana Gimenez, MC Guimê e Lucas Lucco, além de grafites espalhadas por toda Grande São Paulo – um deles no Grande ABC, em empresa privada. “Brasileiro tem um pouco disso. Quando você volta de uma viagem o seu trabalho valoriza um pouco mais. a coisa começa a ganhar outra amplitude.” Tanto que ele foi para a Espanha e fez painel do jogador brasileiro Marcelo, lateral-esquerdo do Real Madrid, entregue em mãos, na final da Liga dos Campeões. 




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