A Construtora OAS demitiu ontem 72 operários em São Bernardo. A companhia mantinha 162 profissionais em casa havia cerca de dez meses, no aguardo pela retomada de obras públicas.

De acordo com Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário) de São Bernardo e Diadema, o motivo alegado pela OAS para dispensar os empregados foi a demora na continuidade de grandes obras no município são-bernardense.

“Aguardávamos a retomada das obras de Mobilidade Urbana e a consequente necessidade dos profissionais da construção já em novembro, o que não aconteceu”, afirmou o presidente do Sintracom, Ademilson Oliveira. “O Piscinão do Paço, que um ano e meio atrás contava com cerca de 600 operários, hoje tem apenas 50 deles. A obra de Mobilidade Urbana entre a Scania e a Rodovia dos Imigrantes, tinha 450 e, atualmente, conta com 160. E a do Ribeirão dos Couros, que liga São Bernardo a Diadema em parceria com a Emparsanco, que já empregou 220 pessoas, hoje tem 30”, contou.

Segundo o sindicalista, o fato é preocupante, pois essas demissões no fim do ano não estavam previstas, já que havia a previsão de demanda por mão de obra em virtude da continuidade das construções, o que pode ficar para o ano que vem. “Temo que, se o ritmo das construções começar a acelerar apenas em janeiro, é possível que esperem passar o Carnaval para convocar os trabalhadores. E, até lá, como eles ficam? Desempregados?”, questionou.

Procurada, a OAS afirmou que não iria se manifestar. A Prefeitura de São Bernardo, por sua vez, assinalou, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, que a informação de que funcionários foram desligados ontem da referida empresa não procede. “Vale destacar que as obras seguem o seu cronograma normal de atividades”, disse a Pasta.