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Reposição de aulas das escolas ocupadas termina até o dia 30

Instituições mantêm, desde dezembro, cronograma de aulas perdidas durante protestos contra a reorganização; novo ano letivo começa dia 15 de fevereiro

Por Daniel Macário
Natália Fernandjes
do Diário do Grande ABC
12/01/2016 | 07:07
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Marina Brandão/DGABC


A reposição de aulas das 25 unidades de ensino da região, que foram ocupadas em protesto contra a reorganização da rede de ensino imposta pela Secretaria Estadual da Educação e suspensa para 2017, será concluída até o dia 30. Neste prazo, as escolas devem finalizar todo o conteúdo pedagógico programado para os 200 dias letivos de 2015. O calendário escolar de 2016 terá início no dia 15 de fevereiro, uma semana após o previsto inicialmente.

O cronograma de reposição do conteúdo de aulas foi definido por cada unidade. Na EE Diadema, primeira escola do Estado a ser ocupada, a reposição começou no dia 22 de dezembro, 24 horas após a desocupação do espaço. Estudantes permaneceram acampados no local por 42 dias.

“Já tínhamos projeto de plano de reposição, que foi rapidamente submetido ao conselho escolar. Para nossa surpresa, 90% dos alunos estão comparecendo, o que indica que eles estão cumprindo seu papel”, observa a dirigente regional de ensino de Diadema Liane de Oliveira Bayer. O material pedagógico, bem como avaliações e trabalhos são aplicados de segunda-feira a sábado.

O próximo desafio, segundo Liane, será o trabalho da secretaria para a emissão dos certificados de conclusão do ano letivo, em especial para os estudantes do 3º ano do Ensino Médio. “Vamos fazer uma força-tarefa para não prejudicar os alunos, principalmente aqueles que dependem do documento para ingressar no Ensino Superior”, compromete-se Liane.

A dirigente de ensino consegue enxergar saldo positivo do processo de ocupação. “Tenho a impressão de que todos tiveram um aprendizado no sentido de estabelecer diálogo no processo de tomada de decisões e de pensar no direito à Educação. Assim que iniciarmos o ano letivo de 2016, vamos estabelecer planos para reflexões, encontros e debates com a comunidade escolar”, promete.

EMPENHO – Satisfeitos com a conquista de ter pressionado o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a adiar o plano de reorganização para o próximo ano, além de o secretário estadual da Educação Herman Voorwald ter pedido demissão do cargo, os jovens não se importam em frequentar as aulas no período em que deveriam estar de férias.

O aluno do 8º ano do Ensino Fundamental Pedro Henrique Rosa de Oliveira, 14 anos, explica. “Sabemos que, no fundo, o projeto foi adiado e o secretário caiu por nossa causa. O importante agora é recuperar o conteúdo do período sem aulas e continuar na busca dos nossos objetivos.”

A jovem Gabrielle Ribeiro Pacco, 14, também estudante do 8º ano, concorda. “Hoje (ontem) mesmo tivemos prova de Matemática. Estamos tendo aula das 7h as 18h. Acho que a ocupação não nos prejudicou em nada. Era necessária naquele momento.”

Já a aluna do 8º ano Karina Silva Bendis, 15, revela que sentiu-se prejudicada pelo período sem aulas. Isso em virtude da ausência de conteúdos didáticos nas disciplinas de Ciências e Matemárica. “Prestei o vestibulinho da Etec (Escola Técnica) e uma escola particular, mas não sabia responder algumas perguntas justamente porque o professor daqui ainda não tinha chegado nesses tópicos. Estamos aprendendo agora estes temas”, lamenta. 




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