Política Titulo Briga com Pádua
Pinheiro diz crer em versão de Chico Bento na briga com Pádua

Prefeito de S.Caetano confirma bate-boca, mas cita
que o ex-articulador não foi ameaçado com peixeira

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
19/12/2014 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), reconheceu que houve briga entre seu ex-articulador político Antonio de Pádua Tortorello e o vereador Chico Bento (PP), no Palácio da Cerâmica, mas negou que o parlamentar tenha colocado uma peixeira no pescoço para ameaçar o desafeto. A versão do peemedebista sobre o polêmico caso, registrado como ameaça ilegal e cárcere privado pelo BO (Boletim de Ocorrência) 5528/2014, é semelhante à externada, em nota, pelo progressista.

“O que teve foi discussão política entre os dois. Normal, só que mais exaltada. Isso, esse tipo de discussão, acontece sempre e não vai deixar de acontecer. Mas faca não, isso não teve”, avaliou Pinheiro, que, de acordo com relato de Pádua, participou diretamente da briga motivada pela derrota de Chico Bento, apoiado pelo Executivo, para Paulo Bottura (Pros), cacifado pela oposição, na eleição para a presidência da Câmara.

Questionado se, assim como Chico Bento, considerava que Pádua havia mentido sobre o caso e feito “armação política”, o prefeito se negou a responder. “Não quero mais ficar comentando essa história. Não quero estender a polêmica. Eu quero apaziguar. Foi uma discussão normal”, pontuou o peemedebista.

Pinheiro fez afirmações confusas sobre o destino de Pádua no governo que, segundo informação oficial do Paço, havia tido o pedido de afastamento aceito pelo prefeito. Ou seja, só não foi demitido da administração porque é funcionário concursado. “Não o demiti, ele fez pedido de afastamento e nós vamos ver como vai ser encaminhado. Quero conversar com ele primeiro. Ele é funcionário de carreira do DAE (Departamento de Água e Esgoto), acho. Se quiser contribuir em outra área, a administração está aberta”, disse.

Segundo o relato de Pádua, Chico Bento o trancou em seu antigo escritório, no Palácio da Cerâmica, colocou a peixeira em seu pescoço, o acusou de ter conspirado a favor da vitória de Bottura e garantiu que o mataria caso ele não pedisse exoneração do cargo. A demissão “forçada” foi feita em pedido verbal de afastamento ao prefeito, que teria sido conduzido e trancado no mesmo recinto pelo vereador para acertarem a saída do então articulador político.

Pádua promete responsabilizar Chico Bento na Justiça e provocar partidos ou vereadores a pedirem a cassação do mandato do vereador por quebra de decoro parlamentar.

Chico Bento apresentou nota alegando ter tido discussão áspera com Pádua e ser vítima de “armação política”. O vereador do PP ainda afirmou que o ex-articulador ficou irritado quando ele disse ter conhecimento de provas que poderiam incriminá-lo no caso do empreiteiro José Cressoni – esquema de obras superfaturadas e lavagem de dinheiro no Paço de São Caetano.


Secretariado será reformulado de olho no projeto de reeleição

O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), admitiu que fará reformulação em seu secretariado a partir de janeiro. A intenção é formar primeiro escalão que tenha, em sua maioria, nomes com visões políticas para renovar e firmar alianças focadas em projeto para reeleger o atual governo em 2016.

“Vamos agir politicamente daqui por diante. O governo terá visão política e técnica. Porque cada momento é um momento. Tem momento que é preciso ver a parte técnica, outro só a parte política e outro ver as duas. Não vou dizer que vou mudar todo mundo, isso não vou fazer, mas vou trocar dentro da necessidade e interesse”, explicou Pinheiro, ontem, em entrevista à imprensa para comentar ações de 2014, segundo ano de gestão.

A composição do primeiro escalão tende a desmontar a nova formação das bancadas no Legislativo. A oposição cooptou 11 nomes e criou o chamado G-11, que terá perfil de independência crítica ao governo Pinheiro. Os governistas minguaram para oito cadeiras.  




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