Setecidades Titulo Saúde
Doação de órgãos
terá reforço na região

Programa estadual encaminhará R$ 10 mil mensais
ao CHM, em Santo André, para ampliar a captação

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
07/10/2014 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André, localizado na região central da cidade, receberá, a partir de 2015, recursos para reforçar a captação de órgãos a serem encaminhados à doação e salvar ainda mais vidas. A data para início da ação ainda não está definida. No Estado de São Paulo, há 10,3 mil pacientes na fila de espera para transplantes. ONGs estimam que há 1.200 pessoas na fila apenas no Grande ABC.

O CHM figura entre as 50 instituições hospitalares selecionadas pela Secretaria Estadual da Saúde para integrar o Programa Paulista de Apoio às Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante. A verba, no valor de R$ 10 mil mensais, é oriunda do Fundo Estadual de Saúde e será destinada para o desenvolvimento das atividades relacionadas ao processo de captação de órgãos, identificação dos potenciais doadores, abordagem de seus familiares e articulação do hospital com a Central de Transplantes de São Paulo.

No CHM, o trabalho é realizado pela Cihdott (Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecido para Transplante) de maneira voluntária, por profissionais que exercem outras funções na unidade, como é o caso do gerente de enfermagem Paulo Cezar Ribeiro. “Hoje o trabalho que a gente faz é sem exclusividade. Com essa parceria, vamos ter a possibilidade de profissionalizar a Cihdott”, explica.

A atuação na captação de órgãos teve início em 2008, após a morte de Eloá Cristina Pimentel, assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves no Jardim Santo André. “Antes dessa tragédia, o corpo era levado para São Paulo, captavam os órgãos lá e a família tinha que fazer o translado para Santo André”, lembra Ribeiro.

O diretor técnico da Central de Transplantes do Estado, João Luís Erbs Pessoa, explica que o recurso transferido ao hospital deve ser utilizado para a contratação de médicos e enfermeiros para atuar 20 horas semanais na Cihdott.

Das 1.000 unidades hospitalares do Estado, 463 atendem aos critérios de escolha para compor o programa, que são: possuir mais de 50 leitos, ter de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) a Pronto-socorro e serviço de neurologia. “Dividimos o Estado em dez regiões e, para cada uma, contratamos cinco hospitais. Pegamos as taxas de notificação de doação dos últimos dois anos e os principais foram contemplados.”

O CHM tem mostrado evolução. De janeiro a dezembro de 2013, foram notificados 25 potenciais doadores, sendo dez efetivados e 39 órgãos captados. Neste ano, até setembro foram 28 notificações, que resultaram em dez doadores e 38 órgãos doados. “Em 2011 eram cinco captações, assim como em 2012, quando ocupávamos o 44º lugar no ranking dos captadores do Estado. Em 2013 começamos com a cultura da doação, por meio de orientação e treinamento com as equipes”, diz Ribeiro. Atualmente, a unidade está na 11ª posição como hospital notificador dos casos de morte encefálica e 17º como viabilizador do processo de captação, manutenção e doação de órgãos. “Queremos estar entre os dez primeiros em captação.”




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