Política Titulo A favor
Na região, apenas Filippi
apoia marcha da maconha

Apesar do apoio à marcha, deputado assegurou ser contrário
ao uso de drogas e enalteceu o Plano de Combate ao Crack

Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
10/12/2011 | 07:00
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Dos quatro deputados federais com bases eleitorais no Grande ABC, apenas José de Filippi Júnior (PT), de Diadema, manifesta apoio à realização da marcha da maconha. Vanderlei Siraque (PT), de Santo André, diz que o movimento é legal constitucionalmente, mas critica os idealizadores do ato. Os parlamentares de São Bernardo William Dib (PSDB) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), são contrários ao evento, que pretende discutir a legalização da droga.

Durante aniversário de 52 anos de Diadema, Filippi reiterou sua posição de apoio à marcha. Em vídeo divulgado pelos organizadores da passeata no fim de novembro, o ex-prefeito de Diadema disse que a manifestação era legal e afirmou que o tema precisa ser debatido sem preconceitos pela sociedade.

"Eles têm o direito de expressar a opinião deles. E com a opinião deles temos de promover esse debate, sem preconceito. São corajosos. A gente nem sabe o que eles querem e, por isso, temos de chamá-los e saber o que eles querem", comentou o petista.

Apesar do apoio à marcha da maconha, Filippi assegurou ser contrário ao uso de drogas lícitas e ilícitas. Ele enalteceu o Plano Nacional de Combate ao Crack, lançado nesta semana pela presidente Dilma Rousseff (PT) e que investirá R$ 4 bilhões em todo País para política contra a disseminação da droga.

Já para Siraque, qualquer manifestação é válida e constitucionalmente legal, mas outros interesses sociais deveriam ser debatidos mais profundamente. "Para mim, reivindicação dos trabalhadores por melhores condições é mais relevante do que essa marcha. Qualquer ato está garantido na Constituição, embora eu ache que quem defende esse tipo de marcha faz parte de um bando de aloprado", criticou o petista, durante evento de prestação de contas do deputado estadual Carlos Grana (PT).

Vicentinho manifestou posição contrária ao colega de partido. Citando projeto de lei de sua autoria, que prevê cartilhas explicativas nas escolas sobre o consumo de drogas, o petista não endossou coro à realização da marcha da maconha. "Respeito muito o deputado Filippi. Mas sou contra o cigarro, a cerveja, a cachaça, a maconha, a cocaína, o crack ou qualquer outra droga."

Dib também se mostrou contrário à organização do ato. "Eu não defendo a realização de eventos como a marcha da maconha porque é uma forma de incentivar o consumo de drogas e consequentemente ampliar a facilidade da dependência química", declarou o tucano, lembrando que integra, na Câmara, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Realizada desde 2008 no Brasil, a marcha da maconha ficou marcada por polêmicas jurídicas e conflitos entre policiais e manifestantes. No dia 23 de novembro, porém, o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, liberou o evento, entendendo que a Justiça não pode cercear o direito à livre expressão.




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