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Cães e gatos a bordo

São-bernardenses dão dicas e contam suas experiências em viagens internacionais com animais

Por Derek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
27/12/2018 | 07:00
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Arquivo Pessoal


Mudar de país é uma realidade para muita gente. Seja por conta de trabalho, estudo ou qualquer outra situação, envolve muito planejamento e é necessário atender a uma série de burocracias. E se você tem um ou mais animais de estimação, a lista de obrigatoriedades a serem cumpridas para o transporte dos bichinhos é grande. E onerosa. Mas, independentemente disso, os donos não têm dúvida em ressaltar: vale a pena.

A são-bernardense Vanessa Alexandre Rosa estava grávida de cinco meses quando o marido, Bruno, conseguiu emprego no Chile. Pouco mais de um mês após o nascimento de Bernardo, os três partiriam para o país hispânico. Mas o que fariam com a dupla de cães da raça golden retriever Maloca e Manolo? “Não era opção deixá-los no Brasil. Mesmo porque nossa família não estaria completa se não tivessem vindo”, diz ela. “A gente fez de tudo para que desse certo, no tempo certo, para que estivessem com a gente o mais rápido possível”, emenda.

Vanessa e Bruno contrataram a empresa Point Cargo, que cuidou do trâmite. Cada país de destino tem uma exigência quanto aos documentos e estado de saúde dos animais. Em maioria, pedem carteira de vacinação em dia, atestado de saúde, CVI (Certificado Veterinário Internacional, antigo CZI) e passaporte para trânsito de cães e gatos (ambos emitidos pela Vigiagro – Vigilância Agropecuária Internacional). Além disso, é necessário transporte em caixa específica, que atenda algumas regras, dependendo da companhia aérea escolhida e se o animal vai na cabine ou no porão da aeronave.

No caso, por conta do porte grande, Maloca e Manolo foram no porão, que é pressurizado como a cabine. “Fiquei com muito medo de acontecer fatalidade, não necessariamente o óbito, mas ficarem estressados, acabarem se machucando”, conta Vanessa, que investiu cerca de R$ 7.000 em tudo. “Não é processo barato, não é fácil, envolve muita documentação, muitas pessoas, questão financeira, mas tudo isso é válido. O carinho, o amor e a gratidão que têm pela gente pagam qualquer valor e trabalho que a gente teve com relação ao envio deles para o Chile”, admite.

Para que tudo seja feito é indicado planejamento com antecedência. Inclusive pensando no bem-estar do pet. “Para o animal não ser pego de surpresa, para aqueles que não estão acostumados com a caixa de transporte, indico ir acostumando durante período grande antes da viagem, coisa de três, quatro meses. Colocar petisco, brinquedo, coisas que ele goste, para acostumar a entrar. Depois, habituar a deixar fechado, dar uma volta de carro. Não se compara à viagem de avião, com barulho do motor, mas ajuda”, indicou a veterinária Fernanda Ferreira. Ela, inclusive, auxiliou a também são-bernardense Larissa Martine Giusti a viabilizar as viagens dos gatos sem raças definidas Léo e Muricy para a Alemanha, onde foi encontrar o marido, André, que está estudando por lá.

A União Europeia tem controle rígido para entrada de animais. Por isso, a dupla de felinos teve de fazer exame enviado a laboratório credenciado pelos órgãos europeus, passou por quarentena sem sair de casa. “Os processos são chatinhos. No nosso caso, a União Europeia erradicou a raiva, então tivemos de comprovar que os animais estavam imunes à doença. Escolher a companhia aérea e encontrar a sacola de viagem também foram procedimentos cansativos”, conta.

Léo e Muricy viajaram com Larissa e o pai dela na cabine do avião. Todo o processo ficou em aproximadamente R$ 3.900. “Mesmo sabendo que seria essa novela de detalhes, não pensamos em nenhum momento em mudar ou desistir dos planos. Ficar sem eles não tem condições. Abandonar, então, é impensável. Vale a pena, sim”, declara ela, que dá dicas a quem está passando pelo mesmo caso. “Separa uma poupança para isso, faça bastante pesquisa – principalmente em grupos do Facebook –, e não desista de levá-los, mesmo que mande-os depois”, complementa Larissa. 




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