A Câmara de Mauá cogita investigar as denúncias de que o vereador Severino do MSTU (Pros) teria incitado invasão a unidades de apartamentos voltados à moradia popular. Ao Diário, o presidente da Casa, Admir Jacomussi (PRP), afirmou que o caso, se confirmado, pode comprometer o Legislativo.

O parlamentar evitou, porém, analisar as denúncias. Jacó, como é conhecido, antecipou que estudará as acusações para apresentar ou não possível abertura de averiguações na próxima sessão, na terça-feira. “Eu fiquei sabendo do ocorrido pelos jornais. Acho que o caso tem que ser analisado e merece uma atenção especial, pois acaba envolvendo a atuação dele (Severino) como parlamentar, além de envolver o governo. Vou me aprofundar sobre o assunto com os próprios vereadores para, talvez, apresentar alguma coisa na próxima sessão”, frisou o mandatário.

Ontem, o Diário mostrou que Severino convocou ocupação nas unidades do condomínio Altos de Mauá, na Vila Feital no dia 30. O empreendimento, de 840 unidades, está sendo erguido desde 2013 com recursos dos governos federal, por meio do Minha Casa, Minha Vida – Entidades (R$ 54,6 milhões), e estadual, por meio do programa Casa Paulista (R$ 16,8 milhões). A ação só não se concretizou porque áudios do discurso do parlamentar vazaram nas redes sociais. Severino, por sua vez, nega que teria intenção de “invadir” os prédios, mas admite que o MSTU (Movimento dos Sem-Terra Urbano) organizava “ocupação” no local para evitar justamente que o prédio fosse invadido por outros movimentos de moradia. A entidade, da qual o vereador é presidente, foi a responsável pelo convênio com a União e o Estado e pela construção dos apartamentos. Foi o órgão, inclusive, que indicou os beneficiários.

Severino é ligado ao movimento de moradia, atuação esta que lhe rendeu o patamar de vereador mais votado na eleição de 2016, com 5.547 votos. Em troca de apoio a Atila Jacomussi (PSB) no pleito, indicou o irmão, Raimundo Cassiano de Assis, para chefiar a Secretaria de Habitação.