As sucessivas desonerações fiscais concedidas pelo governo federal - pela isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis e redução para a linha branca (lavadoras, fogões e geladeiras) e material para construção - afetaram a arrecadação nos primeiros nove meses deste ano, cujo valor foi 3,12% menor que no mesmo período do ano passado. A arrecadação federal atinge o 11º mês de queda consecutiva.

De acordo com o coordenador-geral de estudos da Receita Federal, Raimundo Eloi de Carvalho, a redução do IPI em diversos produtos de consumo levou à queda de R$ 35 bilhões no montante de tributos recolhidos, sendo que R$ 19 bilhões deste total são atribuídos aos incentivos direcionados à indústria automotiva.

Apesar da recuperação da economia, os três principais indicadores de arrecadação (lucro das empresas, produção industrial e venda de bens e serviços) ainda apresentam defasagem.

"Entre janeiro e setembro deste ano, a lucratividade das empresas despencou 30%. No mesmo período de 2008, o crescimento da indústria chegava a 6%. Neste ano, acumula redução de 12%", explica Carvalho. A arrecadação federal soma R$ 483,6 bilhões com previsão de ultrapassar R$ 651,6 bilhões em 2009.

ESTADO - Ontem, o secretário de Economia e Planejamento de São Paulo, Francisco Vidal Luna, afirmou que o Estado paulista deve fechar o ano com receita de R$ 116 bilhões, apesar dos efeitos da crise econômica mundial no País. Luna detalhou que no primeiro trimestre foi arrecadado R$ 1,3 bilhão a menos do que o previsto, porém, os números começaram a melhorar na segunda metade do ano.

"Vamos ser capazes de cumprir o orçamento de 2009, mas provavelmente fecharemos no zero a zero", endossou Luna.