Moradores de conjunto habitacional no Jardim Colina, em São Bernardo, estão cansados de morar numa rua sem nome oficial. Desde que as unidades foram entregues às famílias, em janeiro, cartas não chegam e não é possível instalar linha de telefone.

“A Prefeitura não fez o pedido da colocação dos cabos para a empresa telefônica, então, ficamos incomunicáveis. Além disso, sem CEP as cartas não chegam, então, somos obrigados a ir pegar as contas com a AES Eletropaulo, por exemplo. Também soube de uma moradora que passou em entrevista de emprego e não conseguiu a vaga porque não tinha como comprovar endereço”, reclama a pensionista Alzira da Silva Bispo, 38 anos.

Outro problema do conjunto habitacional é um vazamento de água num dos apartamentos. O síndico Julio Cezar Sotto Mayor, 46, disse que entrou em contato com a Secretaria de Habitação há dois meses e foi informado de que eles mandariam a empreiteira da obra realizar vistoria, mas até agora nada foi feito. “A Sabesp até desistiu de mandar conta de água para a moradora porque sabe que é vazamento. Em tempos de economia, é um absurdo a Prefeitura não tomar providência”, reclama Mayor.

A falta de segurança também preocupa. O conjunto não tem portões e o muro que separa a rua dos imóveis é baixo. Além disso, córrego passa pelo meio do condomínio, interligando os dois lados com uma ponte. “Até agora não vieram funcionários para fazer manutenção e cortar o mato ao redor do córrego. Achamos quatro cobras aqui”, reclamou Mayor.

Até o parquinho das crianças tem problemas. Segundo os moradores, no período da noite usuários de drogas se aproveitam do fácil acesso ao conjunto e ocupam o espaço. O gira-gira está quebrado, as balanças foram arrancadas e as mesas estão caídas.

Procurada, a Prefeitura afirmou que o nome da via, eleito pelos moradores como Rua dos Cristais, foi definido pelo decreto número 18.682, de 9/11/2013. Segundo a administração, o Correio foi informado e implantará o número de CEP, mas não há prazo. Com relação ao emplacamento, foi feito encaminhamento para a Secretaria de Transportes, que colocou na programação, mas não há data.

Sobre o vazamento, a Prefeitura informou que vistoria da empreiteira está marcada para hoje. O cercamento do conjunto, por sua vez, pode ser realizado, mas deverá ser custeado pelos moradores. Já o parquinho, a administração afirmou tratar-se de ação de vândalos. O corte de mato nas margens do córrego será inserido na programação da Secretaria de Serviços Urbanos.