Diarinho Titulo
Cadê o cabelo?
Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
04/10/2009 | 07:21
Compartilhar notícia


Olhe bem para seu pai, avô e bisavô. Como é o cabelo deles? Ih, tem entradas, é ralo, não existe? Então, pode começar a se preparar: calvície é genética, hereditária. Cerca de 80% dos homens brasileiros vão ter algum grau de calvície um dia na vida e por volta de 5% apresentam os indícios antes dos 18 anos.

Como dá para saber? "O fio grosso vai ficando cada vez mais fino. O volume diminui muito e aparecem as famosas entradas", explica Jackeline Mota, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A médica ressalta ainda que queda de cabelo por uso de medicamento é bem diferente. "Nesse caso, saem muitos fios de uma vez só."

A causa da calvície depende da presença de receptores para hormônio masculino (o andrógeno) no couro cabeludo. A pessoa já nasce com um certo número de receptores, mas só começa a produzir aos 13 ou 14 anos. Ela herda essa carga quando iniciar a produção.

Os calvos são bem mais sensíveis aos hormônios do que os que não têm predisposição, então, se o número de hormônios for grande, o menino ou menina, ao chegar aos 20 anos, já pode ter sinais de enfraquecimento dos fios. Se a carga for pequena, a diminuição só vai causar preocupação lá por volta dos 38 anos.

Mulherada também - No caso das mulheres, a diminuição dos hormônios femininos estrógeno e progesterona (que têm o papel de proteger contra a queda do cabelo), influi. Isso acontece, principalmente, depois da menopausa em 50% das mulheres.

Na verdade, todos nós vamos ficar com menos cabelos. Quanto mais velhos, menos fios. O que muda é a velocidade da queda. Alguns podem atingir estágios avançados antes que outros.

Não é tão ruim assim, vai!
Se não tem jeito, o melhor é assumir a falta de cabelos de vez. E usar a cabeça lisinha está cada vez mais na moda. É só reparar em celebridades, como o nadador brasileiro Fernando Scherer (o Xuxa), que assumiu o estilo há 15 anos. Ele começou a perder os fios aos 18 anos e confessa que no seu caso foi mais fácil porque todo mundo pensou que era por causa da natação.

Na lista de carecas famosos estão o ator Bruce Willis, o campeão de surfe Kelly Slater e o modelo Paulo Zulu. Até o jogador de futebol Ronaldo usou o ‘penteado' por um bom tempo.

Quem ficou com alguma dúvida pode consultar o Guia de Sobrevivência do Careca (Editora Matrix, 2008), do inglês Tim Collins. O livro enumera várias vantagens de quem não tem cabelo, como não gastar dinheiro no barbeiro, não se preocupar em estar despenteado, não correr o risco de grudar chiclete nos fios e, claro, apostar na frase "é dos carecas que elas gostam mais."

Tratamentos e disfarces
A primeira providência a tomar para quem percebe algum indício de queda de cabelo é procurar um médico o mais rápido possível. "Só o profissional vai poder fazer o diagnóstico correto e receitar um tratamento", fala a dermatologista Jackeline Mota, que só recomenda remédio via oral para os maiores de 18 anos.

O microtransplante, que consiste numa cirurgia em que os fios com raízes são retirados de uma área (a nuca, por exemplo) e implantados nos pedaços mais calvos da cabeça, é receitado só para quem tem mais de 35 anos, época em que o quadro da calvície está bem mais estável. Também existem as próteses por entrelaçamento e micropele.

Quem não está a fim de fazer um tratamento tão radical pode usar os tradicionais disfarces, como o boné, ou assumir de vez a careca, raspando tudo com máquina zero. Mas é bom alertar: o uso exagerado do boné pode acelerar a queda de cabelo, já que deixa o couro cabeludo abafado, aumentando o atrito e a oleosidade. Raspar todos os fios ajuda a não cair tanto, já que quanto mais curto o fio, mais difícil de se soltar.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;