Eleições 2016 Titulo Derrota histórica
Em derrota histórica, PT ganha só em uma zona eleitoral na região

Além de ficar de fora do 2º turno em S.Bernardo
e Diadema, o petismo perde em 26 de 27 regiões

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
09/10/2016 | 07:00
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Instituto Lula/Divulgação


Além de ficar de fora do segundo turno em cidades onde o cinturão vermelho foi fortalecido na última década, como São Bernardo e Diadema, o PT terminou o primeiro turno da eleição no Grande ABC com um dos piores desempenhos do partido na região, considerada berço da sigla e onde formou-se politicamente a principal liderança da legenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Levantamento feito pelo Diário, com base nos resultados detalhados do pleito de domingo, revela que o petismo perdeu em quase todas as zonas eleitorais das sete cidades.

Das 27 regiões eleitorais das sete cidades, o partido só venceu em uma, em Santo André (Zona 383). Ainda assim, por uma diferença irrisória, de 349 votos, de Paulinho Serra (PSDB), segundo mais votado na zona eleitoral e primeiro colocado na corrida ao Paço (veja tabela completa ao lado).

Mesmo com a máquina – o prefeito petista Carlos Grana tenta a reeleição –, a agremiação não conseguiu vencer em mais nenhum outro bairro da cidade nem do Grande ABC. Tanto em território andreense como em outros municípios que historicamente deram vitórias consecutivas ao petismo (caso de Diadema, com seis gestões no currículo), há zonas eleitorais onde prefeituráveis de primeira viagem e de partidos recém-criados desbancaram os candidatos petistas e abocanharam o segundo lugar.

Em Mauá, onde o partido coleciona quatro gestões (três delas de Oswaldo Dias), outro desfecho melancólico para o partido: pela primeira vez a legenda chega ao segundo turno no município fora da liderança. Atual prefeito e candidato à reeleição, Donisete Braga (PT) garantiu lugar no segundo turno contra o deputado estadual Atila Jacomussi (PSB), mas com a metade de votos do socialista.

Internamente, a única unanimidade entre petistas da região é que a derrocada nessas eleições, tanto no Grande ABC como em toda a Região Metropolitana e até no País – o partido ganhou apenas em uma Capital, no Acre –, foi efeito dos desdobramentos da Operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Outros militantes acreditam, porém, que as denúncias de corrupção foram apenas parte do inferno astral que a sigla vive e que questões internas de governo prejudicaram o bom desempenho das gestões do PT, intensificando a rejeição aos prefeitos petistas nas cidades.

“Avaliar que esses números são resultados do desgaste do partido (em nível nacional) é chover no molhado. Tanto em Santo André, como em Mauá formaram-se núcleos de governo muito fechados e não deram espaço para outras correntes no campo de discussão e decisão. Concentraram poder para poucas pessoas”, avaliou um petista da região. “Seguiram a cartilha de Dilma, em vez a de Lula. Mas o cenário é de recomeço”, completou.

Na quarta-feira, o diretório nacional do PT aprovou resolução em que orienta os petistas a apoiarem candidaturas do Psol, PCdoB, PDT e Rede nesta fase derradeira do pleito. O documento também conclama a militância “a cerrar fileiras em torno das sete candidaturas petistas neste segundo turno: Recife, Juiz de Fora, Santo André, Mauá, Vitória da Conquista, Santa Maria e Anápolis”.




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