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Foguetinho sem teto
Por Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
14/11/2012 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Após quase uma semana a bordo do Mini Cooper S Roadster (R$ 144.950), é hora de mandar o carro para lavar, afinal, as fotos - que ilustram esta página - precisavam ser feitas.

No posto de combustível aguardo na fila atrás de um Ford Fusion. Assim que saio do carro, o proprietário do sedã, enquanto admira as linhas do modelo, me diz: "Mas esse seu Mini é feio, hein?", com um sorriso no rosto e se aproximando para conferir de perto os detalhes do bibelô - que mantém o nostálgico visual dos demais integrantes da família, mas com tempero extra de esportividade. Aerofólio móvel na traseira, entrada de ar no capô dianteiro e dupla faixa na carroceria exalam arrojo.

Naquele momento, abri a capota de lona (manualmente - poderia ser automática) para que o homem pudesse matar a curiosidade e apreciar o carro em seu mais perfeito estado: conversível. Feito isso, todos os frentistas se aproximaram do charmoso roadster - não é todo dia que se vê um destes por aí.

Depois de vários elogios e comentários, saio em direção ao jornal e aproveito um dos únicos momentos que tenho para andar com a capota aberta, já que a falta de segurança no Brasil não nos permite certos luxos. Um absurdo, pois o chamariz do modelo é exatamente esse! Talvez por isso o pequeno bólido faça tanto sucesso na Europa e Estados Unidos, locais onde a segurança realmente funciona.

DESEMPENHO

Deixando a indignação de lado, é o momento de falar mais sobre o carro, que traz sob o capô o mesmo motor 1.6 turbo dos irmãos. Aqui, no entanto, com 184 cv.

O torque de 24,5 mkgf já está disponível entre 1.600 rpm e 5.000 rpm, o que deixa o carrinho extremamente esperto, assim como a versão cupê.

Mesmo com a capota recolhida (que não toma espaço no porta-malas que tem capacidade para 240 litros), a sensação de segurança continua gritante a bordo deste foguetinho. Nada de oscilações quando em altas rotações.

Um ponto a reclamar é a suspensão. Dá dó de passar em buracos, momento em que as batidas secas são inevitáveis - característica típica dos veículos da Mini. Além do barulho incômodo, o impacto compromete o conforto tanto do motorista quanto do passageiro - os únicos a bordo, afinal, trata-se de um roadster (somente dois lugares).

E não pense que o câmbio automático de seis velocidades deixa o conversível bobo ou molenga. Com a opção de modo esportivo - basta apertar a tecla ‘S' no console central para mudar o comportamento do carro - e a possibilidade de trocas sequenciais por meio da alavanca ou das borboletas atrás do volante, o pequeno manda bala sobre o asfalto. São 7,2 segundos até os 100 km/h e 222 km/h de velocidade máxima.

Diferenciado da chave ao painel

Quando alguém está prestes a dirigir um Mini, as inovações já começam no momento de pegar a chave. Redondo e com botões para abertura e fechamento das portas e porta-malas, o item é um charme à parte.

No momento de abrir a porta, a ausência da coluna ‘B' dá um toque todo especial e ainda mais retrô ao modelo - até hoje visto nas ruas como o carro do cômico da TV Mr. Bean, tudo porque o personagem britânico aparecia a bordo de um Cooper em vários episódios do seriado.

Lá dentro, o de sempre. Velocímetro gigante - posicionado no centro do painel -, volante (multifuncional) pequeno e com ótima pegada, e botões do tipo avião por todos os lados, seja para abrir ou fechar os vidros, ligar os faróis de neblina ou mesmo acender as luzes internas do pequenino.

E a lista de equipamentos de série é longa. Vai desde itens de segurança, como air bags e freios ABS, passando por rodas de liga leve de 17 polegadas, indo até o sistema de entretenimento compatível com telefones celulares e possibilidade de navegação GPS. Em resumo, completo, envenenado e charmoso. Só faltou espaço!




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