O buraco negro é um dos maiores mistérios a serem desvendados pela Ciência. É corpo celeste que existe no espaço com massa (que constitui todas as coisas do universo; o que conhecemos como peso) e gravidade (força que atrai tudo em direção ao seu centro) gigantescas. Por isso, nada escapa de dentro dele nem mesmo sua própria luz. Difícil imaginar? Tente pensar em algo, em geral, bilhões de vezes maior do que a Terra e que, apesar de ter muita força, parece invisível!

Desse modo, detectar o buraco negro se torna tarefa bem complicada, pois vê-lo por meio de telescópios é quase impossível. Então, como os estudiosos sabem que existe? Na realidade, alguns astrônomos acreditam que seja apenas uma teoria (ideia formulada pelos cientistas).

Muitos especialistas, no entanto, estudam o fenômeno e desenvolvem métodos para encontrá-lo. Uma dessas técnicas é observar os corpos celestes (planetas, asteroides, satélites e tudo o que esteja entre as estrelas) ao redor do que se considera ser um buraco negro. Como tem gravidade enorme, acaba mudando a posição deles no espaço.

Mas o jeito mais fácil de notá-lo é observar a alteração que causa nos raios luminosos das estrelas próximas a ele. Como os buracos negros têm massa muito elevada, acredita-se que deformam o espaço a sua volta. Isso interferiria no modo como a luz - que percorre distância imensa - chega aqui; ela seria distorcida. Assim, a imagem que enxergamos não corresponderia à verdadeira, pois estaria deformada e mais brilhante.

Nascem a partir de estrelas mortas gigantescas

Durante muito tempo, os buracos negros continuarão sendo grande enigma para o homem. Os cientistas ainda não sabem com certeza como se formam, mas estudos importantes mostram que grande parte seja possivelmente originada a partir de restos de uma estrela morta com pelo menos 20 vezes o tamanho do sol. Imagina-se que os maiores - chamados buracos negros supermassivos - estejam localizados no centro das galáxias. Existe um, por exemplo, na nossa, a Via Láctea (saiba mais ao lado).

A expressão black hole (buraco negro, em inglês) foi usada pela primeira vez pelo físico norte-americano John Wheeler, em 1968. Entretanto, o primeiro a mostrar a possível existência desse corpo celeste foi o astrônomo inglês John Michell, em 1783.

A Terra será engolida?

No centro da Via Láctea - galáxia em que se encontra o Sistema Solar - existe buraco negro gigantesco. Calcula-se que tenha milhões de quilômetros de extensão e seja quatro milhões de vezes mais pesado do que o Sol. Chamado Sagitário A*, é estudado por cientistas de todo o mundo.

Apesar de atrair tudo o que está próximo a ele, não poderá engolir a Terra, segundo especialistas. O motivo é que está muito longe, a aproximadamente 30 mil anos-luz. Significa que para chegar lá seria preciso viajar esse tempão na velocidade da luz, que é muitíssimo rápida. Então, podemos ficar despreocupados.

Em 2013, os estudiosos esperam observar por meio de potentes telescópios uma grande nuvem de gás ser sugada pelo buraco negro.

Saiba mais

- Os buracos negros servem de inspiração para a criação de muitos livros e filmes de ficção científica. Faz parte apenas do mundo da fantasia a ideia de que funcionem como porta de entrada para universos desconhecidos e permitam a viagem para o passado e futuro.

- Cientistas calculam que existam cerca de 125 bilhões de galáxias visíveis. Somente na Via Láctea há 100 bilhões de estrelas. Dá para imaginar? Por isso, é impossível saber ao certo quantos buracos negros o universo tem.

Na apostila da escola de Kaique Bruschi Rodrigues, 9 anos, de Santo André, tinha lição que falava sobre os buracos negros. O menino, que estuda na Emeief Tarsila do Amaral, ficou curioso para entender melhor o que são. "Não tenho ideia do que eles fazem", diz. Fã de Matemática, Kaique não imaginava que a matéria é fundamental para estudar o universo.

Consultoria de Marcos Calil, coordenador científico do Planetário Johannes Kepler da Sabina Escola Parque do Conhecimento.