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Grana rebate Siraque e diz que ex-deputado foi egoísta

Criticado, ex-prefeito afirma que antigo aliado precisaria ser grato ao que o PT fez por ele

Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
19/05/2017 | 07:00
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Ex-prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT) rebateu as críticas feitas por Vanderlei Siraque, após a desfiliação do ex-deputado federal do petismo.

Na opinião do ex-chefe do Executivo, Siraque colocou desejos individuais à frente da legenda. “Ele está sendo um pouco egoísta, pensando apenas em seu projeto pessoal. Deveria ser grato por aquilo que o PT fez por ele. Isso é vaidade, mas desejo sucesso para ele”, criticou.

Grana também lamentou a discussão sobre uma possível candidatura a deputado ser trazida à tona dentro do contexto de reconstrução do partido. “O PT acaba de concluir as eleições internas e está enfrentando o governo de Michel Temer (PMDB), as reformas e defendendo o Lula. E o Siraque já quer definir candidatura?”, questionou.

Em entrevista concedida ao Diário, Siraque afirmou que abriu mão de ser candidato a prefeito em 2012, em favor de Grana, e acabou não tendo espaço na gestão petista entre 2013 e 2016.

Já na bancada de vereadores, as opiniões acabaram divididas. Para a parlamentar Bete Siraque, a saída do marido consolidou um processo de boicote ao ex-deputado. “Saíram com ele do partido. O Vanderlei já vinha sendo desgastado dentro do partido e isso culminou no pedido de desfiliação. Não foi uma saída desejada. Muitas coisas aconteceram em várias situações dentro do PT”, lamentou. Bete, por outro lado, defende a ideia de que Siraque seguirá brigando pelas bandeiras no campo de esquerda. “Ele seguirá com a classe trabalhadora, que nós sempre defendemos como princípio”, completou a vereadora.

Na visão do parlamentar Willians Bezerra – mais aliado a Grana na bancada –, a desfiliação não foi justa com o partido. “Entendo que ele poderia ter saído pela porta da frente. No governo Grana, o campo dele teve espaço e vejo como um erro a saída dessa forma, com críticas contra integrantes do partido. Também acho estranha a saída após o PED (Processo de Eleição Direta), quando o próprio Siraque fez campanha e pediu votos”, analisou.

Por sua vez, o líder da bancada de vereadores, Alemão Duarte, acredita que a saída é natural na busca por espaço político. “Se, de fato, ele não estava na lista de possíveis candidaturas para o ano que vem, acho legítimo. Espero também que ele siga nesse campo de esquerda”, ponderou o parlamentar, que destacou que nada mudará em relação a Bete Siraque dentro do partido.

Para o vereador Eduardo Leite, algumas das críticas de Siraque ao PT fazem sentido, mas ele ponderou que a militância sempre o apoiou. “Acho que o governo Carlos Grana realmente ouviu pouco o Siraque, mas ,por outro lado, ele teve a trajetória dele, disputou eleições e sempre obteve apoio dos filiados”, pontuou.

O parlamentar Luiz Alberto desejou sorte a Siraque e afirmou desconhecer a intenção do político de concorrer a algum cargo em 2018.

O presidente municipal da sigla, Zé Paulo Nogueira, lamentou a desfiliação e destacou sua liderança. “Foram sete mandatos à disposição do partido. E só podemos lamentar. Mas a vida segue e em um momento como esse as pessoas têm direito de fazer suas escolhas”, completou o dirigente. (Colaborou Júnior Carvalho) 




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