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Clássico projeta capítulo mais importante de sua história

São Caetano recebe Santo André, sábado, em
duelo parecido com o que acirrou rivalidade em 1999

Por Anderson Fattori e Thiago Bassan
09/04/2014 | 07:05
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Claudinei Plaza/ DGABC


  

São Caetano e Santo André se enfrentaram 24 vezes na história, sempre com muita emoção e uma pitada de rivalidade. Já teve época em que foram parceiros e trocaram jogadores, como o meia Adãozinho, em 2001. Em outros tempos brigaram pelo mesmo reforço, caso do atacante Pedrão, em 2010. Mas nenhum momento ficou mais marcado do que o jogo disputado em julho de 1999, pela Série A-2 do Paulista.

Na ocasião, o São Caetano emergia no futebol paulista e montou time forte para chegar pela primeira vez à elite estadual. Tudo corria bem até que um clássico mudou a história. No último jogo da competição, o Azulão precisava de vitória simples contra o rival no Anacleto Campanella para subir, enquanto o Santo André só conseguiria o acesso se vencesse e ainda o América empatasse o jogo contra o Botafogo.

A semana foi tensa entre os rivais, ainda mais quando boatos apontavam para um possível amolecimento do Santo André a favor do futebol regional. A rivalidade esquentou na véspera do confronto, quando os jogadores do Ramalhão souberam que a diretoria do São Caetano já havia reservado local para comemorar a conquista.

Em campo, o Santo André fez sua melhor exibição no campeonato e com gol de Geraldo, aos cinco minutos do segundo tempo, venceu por 1 a 0, estragando a festa do rival e favorecendo o América, que ganhou do Botafogo por 2 a 1 e subiu para a Série A-1.

Protagonista do clássico, o ex-meia Geraldo lembra bem do episódio. “Durante a semana se falava que iríamos entregar o jogo. Teve até uma história de um motoboy que foi ao nosso hotel levar dinheiro e o Jairo (Livólis, presidente na época e mandatário também nos dias atuais) sabiamente foi na concentração conversar com os jogadores e disse que quando montou o time havia contratado homens, pais de família e não podia acreditar que alguém pudesse aceitar dinheiro pela derrota. Isso nos deu ainda mais motivação para o jogo”, comentou o autor do gol.

Geraldo lembra que recebeu pedidos durante o duelo. “No meio da partida jogadores do São Caetano falaram para aliviar a situação, mas não aceitamos porque representávamos uma camisa que precisava ser honrada. Com humildade fizemos o nosso trabalho e vencemos”, recorda o ex-meia.

Outro fato marcante para Geraldo era a diferença entre os clubes. “Defendi o Santo André por três temporadas e para jogar lá não podia ser só bom jogador, tinha que ter um algo a mais, coração forte, encarar a pressão, enquanto o São Caetano era diferente. Os jogadores tinham salários altos, estrutura melhor, enfim, isso fez nosso time se fechar para mostrar o nosso valor”, finalizou o ex-jogador, que mora em Governador Valadares-MG.

Único personagem no jogo histórico e que estará também no decisivo clássico de sábado novamente pela Série A-2, o agora treinador do São Caetano, Márcio Griggio, era o volante do Azulão na época e recorda com detalhes aquela partida de 18 de julho de 1999.

“Lembro muito bem desta partida. O São Caetano precisava ganhar para subir. E nosso time era muito forte. Mas sabíamos que o Santo André não iria facilitar, já que se trata de um clássico regional. O time deles estava fechado e a gente tentando o gol nos contra-ataques. Foi um ponto negativo, mas tomara que isso não ocorra no sábado”, disse Griggio.

O atual treinador, porém, viu algo bastante positivo naquela equipe, apesar da derrota. “Nosso grupo era vencedor, mas naquele dia nada deu certo. Talvez não tenhamos merecido. Mas aquele jogo fez com que a gente tivesse aprendido muito. Era um time humilde e que queria melhorar para vencer, crescer. Depois, o São Caetano teve uma ascensão muito rápida”, destacou.

Apesar de ter ficado na história, o clássico de 1999 pode ser superado em importância pelo de sábado, às 10h, no Anacleto Campanella, quando a situação é diferente: o Azulão luta para não cair e é quem pode colocar água no chope do rival, que briga pelo acesso.  




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