Brickmann Titulo
Apenas um incapaz latino-americano

O presidente boliviano Evo Morales exige que os Estados Unidos suspendam o bloqueio a Cuba, sob pena de retirar seu embaixador em Washington

Por Carlos Brickmann
21/12/2008 | 00:00
Compartilhar notícia


1 - O presidente boliviano Evo Morales exige que os Estados Unidos suspendam o bloqueio a Cuba, sob pena de retirar seu embaixador em Washington. Os americanos talvez concordem. Estão até procurando saber quem é o embaixador.

2 - Para juntar Raúl Castro, Evo Morales, Hugo Chávez, Daniel Ortega, Rafael Correa, Fernando Lugo e outros em Salvador, o governador da Bahia, Jaques Wagner, disse ter gasto R$ 1,5 milhão. Jura que isso não é despesa: é investimento. Os contribuintes baianos passam a ser chamados agora de "investidores".

3 - Os chefes de Estado reunidos em Salvador decidiram, na prática, criar instituições multinacionais americanas sem os Estados Unidos e Canadá, mas com Cuba. É como fazer um Campeonato Nacional sem Corinthians e Flamengo, mas com o Íbis. Aliás, é uma decisão para não ser cumprida: Colômbia, Chile, México, Uruguai e outros países sabem onde perdem e onde ganham.

4 - A presidente chilena Michelle Bachelet provocou críticas por ter tomado um banho de mar às seis da manhã. Besteira: não é por ser presidente da República que está proibida de nadar, bronzear-se, passear na areia. Além disso, para aguentar aquela companhia de gente tão esquisita, precisava mesmo de muito sal grosso. E, cá entre nós, nesta reunião, que haveria de mais importante do que ir às belas praias baianas e aproveitar aquele mar gostoso?

5 - Escolha: entre a ameaça de retirada do embaixador boliviano de Washington, o custo que virou investimento, a troca de EUA e Canadá por Cuba e a crítica a uma presidente que se comporta como a gente, qual a atitude mais incapaz?

O IRÃ É AQUI
Não é só Hugo Chávez que banca o equatoriano Rafael Correa no calote que tenta aplicar no Brasil. Antes de vir ao encontro de Salvador, Correa passou cinco dias no Irã, onde levantou créditos de US$ 40 milhões, iniciou negociações para conseguir mais US$ 80 milhões e assinou 12 memorandos de entendimento. Diante da ameaça de ficar sem investimentos brasileiros, reforçou o caixa.

O DINHEIRO QUE NÃO É
De outubro do ano passado até hoje, as Bolsas de Valores perderam US$ 31 trilhões. Mas as fábricas, as casas, tudo está onde sempre esteve. Lembra daquela piada do sujeito que queria vender um cachorrinho por um milhão de reais? Ninguém comprava; mas, um dia, o sujeito apareceu sem o cachorro. Tinha vendido. Por um milhão de reais? Por um milhão, mas não em dinheiro: tinha trocado o cachorro por dois gatos de quinhentos mil.

LULA, O JUSTO
Do presidente Lula, diante da platéia formada por Evo Morales, Raúl Castro, Hugo Chávez, Rafael Correa, Fernando Lugo e outros, pediu que não lhe jogassem sapatos: "A gente vai perceber o chulé antes que alguém decida jogá-los". Lula tem razão.

VAI PASSAR
Justo nas Festas, quem poderia dizer que a harmonia é o grande inimigo do bolso dos brasileiros? Mas é: se não fosse a desarmonia entre Câmara e Senado, os 7.343 vereadores a mais já estariam prontos para a posse. A nova e inútil despesa vai passar, já que os deputados também concordam em gastar sem dó o seu, o meu, o nosso dinheiro; mas, enquanto não houver harmonia entre Câmara e Senado, o contribuinte estará a salvo. Vale a pena repetir a pergunta: por que 59.791 vereadores seriam melhores que os 51.748 que já existem no País?

CALMA NO BRASIL
O Plano Nacional de Defesa, apresentado pelos ministros Nelson Jobim e Mangabeira Unger, não é para já (nem será como foi anunciado). Não é porque não tem qualquer verba prevista no orçamento. E não será como foi anunciado por prever "parceria com países da América do Sul". Ninguém imaginaria, claro, um carro de combate com peças paraguaias ou mísseis bolivianos. A que tipo de parceria se referirá o Plano?

E DIZ QUE É VERDE
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, esperou no carro, por meia hora, o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, para que entrassem juntos no seminário que se realizaria no Hotel Nacional, em Brasília. Neste tempo todo, seu carro ocupou duas vagas reservadas a deficientes físicos. Quando o motorista percebeu que o jornal O Globo fotografava o carro, foi para o outro lado da rua, onde parou em cima da rampa dos deficientes. E ainda ficou reclamando.

NHÔ RUIM, NHÔ PIOR
O deputado federal Frank Aguiar (PTB) disse ter desistido daquele que seria o maior estelionato eleitoral deste ano: pretendia não assumir a vice-prefeitura de São Bernardo, para a qual foi eleito, manter-se na Câmara, transferir seu título e, daqui a dois anos, candidatar-se ao Senado pelo Piauí. A notícia, sob muitos aspectos, é boa: embora legal, dificilmente ocorreria algo mais imoral do que entrar numa chapa sem a intenção de assumir, apenas para dar "cheiro de povo" ao candidato principal. A notícia, sob outro aspecto, é ruim: São Bernardo terá mesmo o "cãozinho dos teclados" como vice.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;