Palavra do Leitor Titulo
Tchuchucas e tigrões

Alguém teve a feliz ideia de me mandar seleção de músicas populares ...

Por Dgabc
11/01/2012 | 00:00
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Alguém teve a feliz ideia de me mandar seleção de músicas populares brasileiras que, através dos tempos, exaltam a mulher. Nos anos 1940, cantava-se que "a deusa da minha rua tem olhos onde a lua costuma se embriagar". Nos anos 1950, "o teu balançado é mais que um poema; é a coisa mais linda que já vi passar". Nos anos 1960, "nem mesmo o céu nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que meu amor, nem mais bonito". Hoje, a coisa está assim: "tchutchuca vem aqui com teu tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão". Ou, então: "pocotó, pocotó, pocotó, minha eguinha pocotó". Ou ainda: "hoje é festa lá no meu apê. Pode aparecer, vai rolar bunda lelê". E, para arrematar: "eu sou o lobo mau, au au". "E o que você vai fazer? Vou te comer, vou te comer, vou te comer".

Sei que tem gente adorando. Sei que existem pedagogos deslumbrados com esses exercícios poéticos e libertários através dos quais se está realizando, com prodigalidade, o sonho de uma sociedade de cabeça fraca, destituída de juízo moral, bom gosto e senso crítico, pronta para ser levada pelo nariz para onde bem entenderem seus condutores. Isso foi espargido estrategicamente por gente adulta, dedicada a destruir os valores de uma civilização, contando com a colaboração de pais omissos, professores instrumentalizados e religiosos mais interessados em ideologias do que na salvação das almas. O agente laranja que jogaram em cima da sociedade reduziu-a a galhos secos, onde não se reconhecem os frutos da boa semente nem a existência de vida inteligente.

E daí? Talvez esteja se perguntando o leitor. Daí, meu caro, que o mau gosto e o deboche arruínam a dignidade da pessoa humana, afetam seu juízo moral, reduzem o discernimento e a capacidade de compreender a realidade. A superficialidade passa a presidir as ações e as relações sociais e a mente torna-se disco rígido que vai reduzindo sua capacidade à proporção da minguada utilização que lhe é dada. Queiramos ou não, a cultura tem papel determinante nos padrões da vida social e a dedicação ao estudo cumpre função importante nos progressos individual e social. O que havia de melhor na nossa cultura e no nosso ensino foi morrendo de velhice e de tristeza. Ou não?

As tchutchucas e as eguinhas pocotós agasalharão entre seus quadris as futuras gerações de brasileiros. E não é difícil prever o que vem por aí, não é mesmo, tigrão?

Percival Puggina é arquiteto, empresário e escritor

PALAVRA DO LEITOR

Bombas

Parece mesmo que a sociedade, que se diz moderna, está extrapolando no que diz respeito às comemorações da entrada de ano. Ao invés de apresentar números que levem as pessoas à meditação, a confraternização entre todos, ela se contenta soltando bombas de grande poder explosivo cujo estrondo no ar é muito forte, atingindo até mesmo o meio ambiente, castigando aves e animais, notadamente cachorros, que possuem delicada audição. Será que quem assim age está mesmo se divertindo ou apenas querendo dar demonstração de que atualmente são eles que impõem sua vontade acima dos diretos dos outros?

Américo Del Corto

Ribeirão Pires

Morosidade

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori, que tomou posse dia 2, bem retratou a lamentável situação da emperradíssima estrutura que recebeu do não menos competente, dedicado e admirado magistrado José Roberto Bedran. Humilde, deixou de referir que esse status quo, mais do que a falta de meios e de pessoal, ou excesso de recursos, deve-se a abusos das más administrações, que vêm repassando, de uma para a outra, a satisfação da coisa julgada, represando e engessando a atividade judiciária. E não nos esqueçamos das leis, como a das execuções fiscais e da assistência judiciária, que privilegiam os procuradores fiscais e os defensores públicos com intimações pessoais quando comparecem em cartório, afronta ao princípio da isonomia insculpido no artigo quinto da Constituição Federal.

Nevino Antônio Rocco

São Bernardo

Investimentos

Em relação à reportagem ‘Alckmin investe menos na região do que José Serra' (Política, dia 31), é preciso esclarecer alguns equívocos cometidos pelo jornal. O primeiro foi o de publicar a reportagem sem escutar o outro lado, ou seja, o próprio governo estadual. A segunda falha foi trazer comparativo apenas das transferências voluntárias (assinatura de convênios com os municípios), e não dos investimentos em 2011 da gestão Alckmin. O Grande ABC foi um dos mais beneficiados em todo o Estado. Entre as principais obras, é possível destacar o início da limpeza de 25 piscinões (20 na região), investimento de R$ 29 milhões. Em Educação, a gestão criou 2.100 vagas, sendo uma nova escola em Santo André e a ampliação de outra em Mauá (R$ 10 milhões investidos). Já a Fatec de Santo André recebeu o 2º prédio, com investimento de R$ 2,5 milhões. Na Saúde, a região ganhou o Ambulatório Médico de Especialidades de Mauá. Para o Hospital Estadual de Diadema, o Estado repassou R$ 78,3 milhões. Em 2012 serão R$ 80,6 milhões. No Hospital Mário Covas, houve repasse de R$ 116 milhões. Em transportes metropolitanos, o governo estadual investe no Metrô Leve, que ligará a Estação Tamanduateí ao Grande ABC (R$ 4,1 bilhões investidos). Em habitação, foram entregues 533 unidades habitacionais para a região, investimento de mais de R$ 23 milhões. Em Segurança Pública, foram entregues 89 novas viaturas (R$ 7,6 milhões) e mais 488 policiais à região. Em 2012, está previsto no Orçamento investimento da Ordem de R$ 24 bilhões para todas as regiões do Estado de São Paulo.

Governo do Estado de São Paulo

Nota da Redação - O Diário solicitou respostas ao governo do Estado em e-mail enviado para três endereços eletrônicos no dia 30 de dezembro, às 14h39. As informações foram retiradas do portal da transparência da administração estadual.

Vidente

Ponto para Mercadante. Acertou na previsão: "Morrerão pessoas neste verão. E nos próximos". Disse ainda que o governo não tem como impedir mortes nesta temporada de chuvas por conta de deslizamentos em enchentes. Governo? Qual governo? Ah, o dele já há nove anos.

Luiz Nusbaum




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