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S.Bernardo embarga obra de campo de beisebol
Leandro Calixto
Do Diário do Grande ABC
02/08/2005 | 08:18
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A Secretaria de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo embargou as obras de terraplanagem de um campo de beisebol que começou a ser construído em uma área de proteção ambiental. O terreno, com 42 mil m², fica localizado na estrada do Servidão, no bairro do Batistini. A obra era realizada pela União das Associações Nipo-Brasileiras sem que a entidade tivesse apresentado projeto ou pedido de autorização à Prefeitura. A área foi cedida pelo município há quatro anos. A paralisação dos trabalhos ocorreu no último sábado após denúncia do vereador Tião Mateus (PT). Ele verificou que o terreno estava sendo desmatado e que a nascente de água, soterrada.

A Promotoria do Meio Ambiente de São Bernardo informou que vai instaurar inquérito para apurar a denúncia. "Nosso procedimento é destacar nos próximos dias a Polícia Ambiental para fazer uma investigação minuciosa do caso. Se realmente for comprovada irregularidade ambiental, vamos abrir processo de reparação de danos. Neste caso, os responsáveis pelo desmatamento também vão responder por crime ambiental", explicou a promotora Rosângela Staurenghi.

O tenente Rogério Toledo, do destacamento da Polícia Ambiental de São Bernardo, disse que a denúncia foi feita no fim de semana. "Ainda não temos elementos para analisar se existiu algum crime ambiental. Mas o que posso afirmar é que não houve um grande desmatamento de árvores no terreno", enfatizou.

Por causa das obras no terreno, o aposentado Joel Eduardo dos Santos, 79 anos, foi obrigado a deixar a área. Ele disse ter morado no local por mais de 15 anos. "Os responsáveis pela obra derrubaram meu barraco. Também cortaram várias árvores. Eles vão destruir isto aqui. Alguém tem de tomar alguma providência", afirmou ele, que se mudou para a casa de uma filha.

A Prefeitura de São Bernardo informou que embargou a obra porque a União das Associações Nipo-Brasileiras, que tem a concessão para explorar a área, não apresentou ao poder público projeto da obra para aprovação.

Já o presidente da entidade, Yukio Hatano, confirmou que não tinha apresentado projeto, mas que no seu entender estaria dentro da lei. "Estamos trabalhando para conseguir a liberação e construir nossa nova sede. Mas as obras que fizemos até agora estão dentro do que determina a lei. A Prefeitura já tinha licença para transformar o terreno em um aterro inerte", justificou.




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