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Vírus provoca adiamento de Olimpíada e Paraolimpíada

Pandemia deixa maior evento esportivo do mundo para 2021; esportistas debatem o fato

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
25/03/2020 | 00:01
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Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio, que seriam realizados entre julho e setembro, no Japão, estão oficialmente adiados para 2021. A pandemia do novo coronavírus fez com que os organizadores tomassem a decisão, definida após uma teleconferência entre Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), e Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão. O principal argumento para o adiamento é resguardar a segurança de atletas, técnicos, torcedores e de todos que participariam do evento.

Muitas das modalidades ainda não tinham todos os classificados e a partir da proliferação do novo coronavírus pelo mundo, os eventos qualificatórios passaram a ser cancelados. Ao mesmo tempo, os treinamentos foram suspensos e os atletas estavam tentando manter o condicionamento físico em casa.

O ginasta e medalhista olímpico Arthur Zanetti, de São Caetano, por exemplo, publicou em suas redes sociais um vídeo no qual utilizava as cadeiras da sala para treinar movimentos que faz nas argolas. O atleta disse que o adiamento dos Jogos têm dois lados. “Temos pontos positivos e negativos. É ruim porque já estava preparado tanto física quanto psicologicamente. E, a partir do momento que tivemos de ficar em casa, atrapalhou os treinos. Isso afetou atletas do mundo todo. Por outro lado, alguns ainda não estavam classificados e terão tempo a mais. Também poderemos voltar à nossa forma física ideal para competir”, afirmou.

Classificada para disputar o taekwondo, Milena Titoneli, também de São Caetano, se posicionou favorável à decisão. “Para mim foi a melhor decisão, mais sensata. Estamos em condições de treinamento que não são tão favoráveis. Pensando na saúde do mundo e na performance dos atletas, que estão treinando em casa, foi o melhor, sim”, declarou a lutadora, que fez um pedido. “Se cuidem, não saiam de casa. Juntos conseguiremos enfrentar e vencer essa batalha. Em breve, tudo voltará ao normal.”

Ex-jogador de vôlei com participação em quatro Jogos Olímpicos e atual coach do COB (Comitê Olímpico do Brasil), no qual trabalha com nove modalidades, o andreense Antônio Carlos Moreno elogiou a sensatez da decisão. “A atitude do COI foi muito aplaudida. Houve a priorização do ser humano. Para nós, do COB, foi um alívio. Foi desilusão para muita gente, ainda podemos classificar 50, 60 atletas, mas foi a atitude mais sensata. Para atletas não haveria tempo de fazer preparação adequada”, argumentou o ex-esportista, que foi inclusive porta-bandeira na cerimônia de encerramento em Montreal-1976. “Não resta nada mais do que ficar sentado esperando o bonde passar. Estou no grupo de risco, então tenho que ficar (em casa)”, concluiu Moreno, 71 anos.

Sem data definida, ficou acertado que os Jogos acontecerão provavelmente no verão japonês (junho a setembro). 




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