A restauração do armazém ferroviário, em Ribeirão Pires, está suspensa. A obra, que havia começado no início deste mês, foi paralisada pelo prefeito Clóvis Volpi (PV) após reunião realizada com memorialistas, engenheiros e membros do Instituto do Patrimônio do ABC. Os especialistas constataram a descaracterização do imóvel.

A comissão apresentará novo projeto para a retomada das obras num período de até dez dias. "O problema é que utilizamos um estudo de restauração de dez anos atrás. Os estudiosos entenderam que muitas coisas que haviam sido projetadas não estão adequadas", disse Volpi.

Entre as irregularidades apontadas estão remendos de reboco, rampa de acesso ao interior do armazém e telhas de cimento em amianto. "De qualquer forma, a paralisação das obras refere-se à parte externa, à exceção do telhado. Internamente, os trabalhos prosseguirão", garantiu o prefeito.

A administração garantiu que esquadrias, portas e janelas do armazém ferroviário serão repostas, depois de restauradas. Os tijolos aparentes, da parte de fora, também serão mantidos. De pronto, Volpi anunciou a retirada dos blocos de concreto e declarou que vai repensar a rampa de acesso ao interior do imóvel, para ofender, o menos possível, a arquitetura original.

HISTÓRIA
O galpão é uma das construções mais antigas da cidade. Foi levantado em 1880, época em que o sistema de transporte sob trilhos era operado pela primeira estrada de ferro em solo paulista, a São Paulo Railway. De 1996 a 2004, o armazém abrigou o Museu Municipal Família Pires. Hoje, o acervo está preservado pela Prefeitura, com a promessa de voltar a ser exposto ao público em imóvel da região central.