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Unifesp tem só sete alunos de Diadema
Luciana Yamashita
Do Diário do Grande ABC
24/03/2008 | 07:04
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A unidade da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo) em Diadema tem apenas sete alunos locais entre os 400 que estudam no campus. Este ano, só três dos 200 alunos que ingressaram na unidade são moradores do município. No ano passado, quatro alunos locais conseguiram se classificar em meio aos 200 matriculados.

 Os estudantes locais correspondem a 1,75% do total. Ao todo, 99 munícipes tentaram as vagas no vestibular deste ano.

 Os três estudantes que entraram na universidade esse ano, vivem em Diadema desde que nasceram, fizeram cursinho e procuram outras cidades para se divertir. Em comum também, Naomi Nakao, 19 anos, conhecia Renato Hisashi Okina, 20, que, por sua vez, já tinha estudado com Erika Cristina dos Santos, 20.

 “Brinco que somos uma máfia. Eu achei que teria mais gente de Diadema. Acho que tem gente na cidade que não acredita muito no potencial que tem”, diz Erika.

 Ela fez cursinho por dois anos. No ano passado, largou o emprego em uma farmácia para se dedicar aos estudos. “Digo que o campus Diadema nasceu para mim. Fiz vestibular para a USP também, mas foi questão de honra passar aqui, tanto que estudei de 10 a 12 horas por dia”, conta a estudante de Ciências Biológicas.

 Okina leva 15 minutos de ônibus até a Unifesp. “Nem imaginava que teria um campus aqui. Prestei vários vestibulares, passei na Ufscar, mas resolvi ficar aqui pela comodidade”, diz o estudante de Engenharia Química.

 A aluna de Ciências Biológicas Naomi Nakao passou a vida toda no Centro de Diadema. “Minha mãe tem um comércio e eu sempre ficava lá. Passei na Unicamp também, mas resolvi ficar perto de casa”, conta.

 As aulas são em período integral. Um restaurante dentro do campus atende os alunos. “Pensei que teria um bandejão. Mas sei que o campus é novo e vai aumentar. Ainda faltam coisas, como mais laboratórios”, afirma. Naomi estudou o ensino médio em escola estadual e fez um ano de cursinho.

 A secretária de Educação de Diadema, Márcia Santos, afirma que a expectativa é positiva para os próximos anos. “A Unifesp traz perspectiva e auto-estima para os estudantes da cidade. É um avanço no desenvolvimento. Trabalhamos para ter jovens mais bem preparados e para que haja ampliação do número de jovens da cidade que ingressam na universidade”, afirma.

 A educadora da faculdade de Educação da PUC-SP, Estela Graciani, diz que a comunidade deve fazer parte do conjunto. “É uma contradição ter poucos munícipes no campus. A pergunta que se faz é o que acontece para a universidade não conseguir entrar na comunidade”, questiona.



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