O desemprego na região metropolitana de São Paulo caiu para 19,9% da População Economicamente Ativa (PEA) no mês de novembro, ante taxa de 20,4% anotada em outubro. Na comparação com novembro de 2002, quando a taxa estava em 19%, o desemprego subiu 4,7%. É a segunda queda consecutiva do índice, divulgado nesta terça-feira pela Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A Fundação Seade e o Dieese destacaram que o movimento de queda do desemprego é normal para o período, já que no final do ano as empresas contratam mais para suprir a demanda do Natal. Entretanto, apesar dessa retração, a gerente de Análise de Pesquisas da Fundação Seade, Paula Montagner, explicou que o desemprego médio em 2003 na Grande São Paulo deverá ser o mais alto da série histórica, apurada desde 1985.

A pior média de desemprego anual apurada pelas duas instituições foi em 1999, segundo ano do governo Fernando Henrique Cardoso, quando 19,3% da PEA estava desempregada. Este ano, até novembro, a taxa é de 20,1%.

Ainda segundo a pesquisa, 19 mil pessoas saíram do mercado em novembro, mês em que houve a criação de 34 mil novos postos de trabalho. Assim, o número de desocupados caiu em 53 mil, ficando em 1,966 milhão de pessoas. De acordo com o levantamento, a indústria gerou 61 mil vagas. Na outra ponta, Outros Setores, que inclui serviços domésticos e construção civil, eliminou 3 mil vagas; a área de serviços fechou 14 mil e, o comércio, cortou 10 mil vagas.

Renda - O salário médio da região metropolitana de São Paulo, por sua vez, cresceu 2,6% na comparação com o mês anterior, chegando a R$ 943. Com relação a novembro do ano passado, porém, houve queda de 6,4%, já que naquela época o salário médio era de R$ 1.007. Entre os trabalhadores autônomos, o recuo foi maior, sendo que o salário médio foi de R$ 717 (outubro de 2002) para R$ 642, baixa de 10,5%.

Já o rendimento médio dos trabalhadores do setor privado com carteira assinada expandiu 1,7% na comparação com setembro, para R$ 1.045, enquanto os do que não têm carteira assinada aumentou 2,6%, para R$ 642. Independente desse avanço, o rendimento médio pago em outubro na região, segundo o Dieese, foi o menor para o mesmo mês desde 1985.

A Pesquisa de Emprego e Desemprego do Seade/Dieese inclui nas estatísticas as pessoas que procuraram emprego nos 12 meses anteriores à pesquisa, quem teve algum trabalho precário ou trabalhou sem remuneração. Foram ouvidos cidadãos em 3 mil domicílios na região metropolitana de São Paulo.

IBGE - Na segunda, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego caiu para 12,2% no país. Trata-se da primeira queda do desemprego neste ano, já que a taxa sofreu redução de 0,7 ponto percentual em relação a outubro. O IBGE estimou em 18,84 milhões o número de pessoas trabalhando nas seis regiões metropolitanas do país.