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S.Bernardo tira de aterro 3,6 toneladas de recicláveis

Balanço é referente a um ano de coleta seletiva porta a porta

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
11/06/2014 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Em um ano de coleta seletiva porta a porta em São Bernardo, a cidade recolheu 3,6 toneladas de materiais recicláveis, o que, segundo o secretário de Serviços Urbanos, Tarcísio Secoli, poupou em 4,7 dias o uso do aterro sanitário para o qual o lixo é destinado. “Parece pouca coisa, mas garante sobrevida para o aterro. Além disso, estamos aproveitando os materiais, que são de alto valor e podem ser reciclados”, disse ontem o titular da Pasta, durante apresentação do levantamento, no Paço.

O serviço abrange atualmente 17 regiões do município, o equivalente a 38% do território. Em 2013, a média de coleta era de 275 toneladas por mês, passando para 335 em 2014, número que é considerado significativo pelo engenheiro e especialista em resíduos sólidos Walter Plácido. “Cada habitante produz, em média, 1 quilo de lixo por dia. Em uma cidade com mais de 800 mil habitantes e com quase 40% de coleta seletiva, esse é um resultado muito bom.”

A intenção da Prefeitura é levar a coleta porta a porta a 100% da cidade até o fim do ano. Apesar do trabalho, o índice de reciclagem do material coletado ainda é baixo: apenas 1,8% do lixo gerado na cidade é reciclado.

A administração prevê expandir esse valor para 10% até o fim de 2016. Para isso, no entanto, a implantação de usina no antigo lixão do Alvarenga terá papel fundamental. Duas audiências públicas que discutiriam o projeto em abril foram suspensas para esclarecimento de questões técnicas, segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Secoli informou que hoje representantes da administração se reunirão com o Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) com o objetivo de remarcar a data dos eventos.

Além do objetivo de aumentar o percentual de material reciclado, a usina transformará o lixo em energia por meio da queima dos resíduos. A previsão é que sejam gerados cerca de 17 mwt/h. “Do total, usaremos por volta de 11 mwt/h para os prédios municipais, 3 mwt/h serão consumidos pela usina e o restante disponibilizaremos no mercado para venda”, disse Secoli, que garante que o equipamento estará funcionando em 2016.

Em 15 anos, Sto.André recolhe 200 mil toneladas de resíduos

Santo André é veterana na coleta seletiva porta a porta. A ação foi iniciada em 1999, atingindo 100% do município no ano 2000. Nestes 15 anos, cerca de 200 mil toneladas de materiais recicláveis deixaram de ir para o aterro sanitário.

“Temos como desafio resgatar a participação das pessoas, para atingir 20% de material seletivo aproveitado pelas cooperativas”, afirma o diretor de Resíduos Sólidos do Semasa, (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Edi Ferreira dos Santos.

Para o engenheiro e especialista em resíduos sólidos Walter Plácido, as empresas de embalagens deveriam se engajar na força-tarefa da reciclagem. “Quando compartilharem a responsabilidade, já que as embalagens têm representatividade no que é descartado, teremos condições de realizar investimentos que levarão a coleta seletiva para o patamar que ela merece.”
 




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