O emprego gerado pelas indústrias do Grande ABC no ano passado alcançou maior índice desde 2006, quando foi iniciada série histórica para a região. Em 2010, o saldo de vagas no setor foi de 9.600 postos de trabalho, alta de 4,17%.

Isso é o que aponta pesquisa mensal com abrangência estadual realizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)/Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Os segmentos que puxaram as contratações foram veículos automotores e autopeças, com elevação de 7,59%, produtos de borracha e materiais plásticos, com incremento de 7,21% e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com aumento de 6,14%.

"O setor automotivo ainda é o mais forte no Grande ABC, o que comprova isso é a quantidade de veículos que começaram a rodar nas ruas no ano passado", afirma William Pesinato, diretor da regional do Ciesp de São Caetano. De fato, dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram que somente no ano passado foram comercializados 3,3 milhões de novos automóveis e comerciais leves. Recorde de produção.

"Apesar de exportarmos menos e importarmos mais, os sistemistas (que contam conjuntos de peças para vender às montadoras) cresceram em 2010, o que atesta que mesmo com itens importados, a produção nacional cresceu e, com ela, os empregos", diz Pesinato.

Contribuíram ao resultado também as áreas de produtos químicos e alimentícios, com elevação na oferta de emprego de 3,69% e 2,13%, respectivamente. O saldo de vagas só não foi maior por conta do mau desempenho do setor de máquinas e equipamentos, que encerrou o ano com variação negativa de 3,76%.

As cidades do Grande ABC que mais contrataram no ramo industrial em 2010 foram São Bernardo, com 4.950 postos de trabalho (alta de 5,43%) - representando metade das ocupações criadas em toda a região - e Diadema, com 2.900 vagas (elevação de 5,26%).

Em São Caetano, o saldo foi de 1.350 empregos (aumento de 5,96%) e, em Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, o montante chegou a 400 postos.

CASES - O empresário Mauri Zaccarelli, sócio de uma indústria de fundição de alumínio de Mauá, comemora o ano de 2010. "Ampliei meu quadro de funcionários em 30%", conta. A empresa tem atualmente 200 empregados. "Meu faturamento teve crescimento da mesma ordem."

Neste ano, Zaccarelli ainda quer crescer 15%, ampliando os negócios nos mesmos segmentos em que atua, como automotivo, energia e petróleo.

Para Emanuel Teixeira, proprietário de uma fábrica de molas, artefatos e arames da mesma cidade, embora 2010 tenha sido um bom ano, não se compara a 2008. O faturamento cresceu 12%, mas ainda está 5% aquém do resultado de 2008. "Aqui eu consegui recuperar os empregos perdidos com a crise e encerrei o ano com saldo de nove funcionários a mais (alta de 15%). Mas, para tentar melhorar ainda mais nosso desempenho, neste ano vamos mudar de estratégia, atuando também na área de infraestrutura, principalmente nos setores ferroviário e construção civil."