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Sentença de tatuadores será conhecida em 20 dias

Se condenados, réus de crime ocorrido em S.Bernardo em junho pegarão quatro anos de prisão

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
13/09/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 “Só quero que a lei faça a sua parte, que (eles) paguem pelo erro que cometeram. Acredito que não vão deixar impune.” A fala de Vania Aparecida Rosa Rocha, 34 anos, mãe do jovem de 17 que teve a testa tatuada à força em junho deste ano, em São Bernardo, foi proferida após acompanhar o filho em audiência de instrução para julgar os envolvidos no ato criminoso, realizada no Fórum da cidade na tarde de ontem. A expectativa da promotoria, que estima pena de quatro anos para os réus, é a de que a sentença saia daqui 20 dias.

De acordo com a promotora de Justiça Giovana Guerreiro, os autos agora vão para o Ministério Público, para apresentação dos memoriais finais. “Depois vão para o assistente de acusação, que é o advogado da família da vítima, para a defesa dos réus e, após, segue para a sentença. Acredito que nos próximos 15, 20 dias ela deverá ser proferida”, disse.

Os réus, o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, e seu vizinho Ronildo Moreira de Araújo, 29, que estão presos no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Tremembé, também participaram da audiência. Após filmarem a execução da tatuagem com a inscrição ‘Eu sou ladrão e vacilão’ sob alegação de que o menor teria tentado furtar uma bicicleta, os dois são acusados de lesão corporal de natureza gravíssima, constrangimento ilegal e ameaça.

“Vamos tratar de cada delito o qual ele foi acusado, mas a instrução foi importante para desclassificar essas condutas”, disse o advogado de defesa de Reis, Marco Antônio dos Santos.

Na audiência, que durou duas horas, foram ouvidos ainda dois policiais que prenderam a dupla, a delegada que investigou o crime e um tio da vítima. O adolescente foi o primeiro a dar depoimento e, ao deixar o local, retornou para a clínica onde trata o vício em drogas, no Interior de São Paulo. Ele já passou por duas das dez sessões de remoção da tatuagem a laser previstas. “Esta semana ele passará pela terceira. Ele chegou na clínica acabado, hoje está bem e faz planos de voltar a estudar (o menor cursou até o 9º ano do Ensino Fundamental), trabalhar e ter outra rotina”, contou a mãe.

Pedido de revogação da prisão da dupla foi feito pelos advogados. “Estamos torcendo para que nos próximos três dias essa situação seja definida e eles sejam colocados em liberdade. A prisão deles, ao meu ver, foi um tanto arbitrária, até porque não sairão tatuando outras pessoas, eles podem responder o processo em liberdade tranquilamente, não oferecem nenhum risco para a sociedade”, considera o advogado de Araújo, Luciano Rodrigues.

O defensor da família do menor, Leonardo Alves Rodrigues, salientou que, com todas as provas que constam nos autos, “não há como se negar os fatos”. “Cremos que vai haver a condenação dos réus.”

 




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