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Policiais vao a júri por tráfico
Sérgio Saraiva
Da Redaçao
17/05/2000 | 07:14
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  Uma nova reviravolta no caso da máfia da Seccional de Santo André vai levar todos os policiais envolvidos a júri popular ainda este ano, também sob as acusaçoes de tráfico de drogas e associaçao para o tráfico.

Esses crimes haviam sido desclassificados pela juíza Flávia Beatriz Gonçalez, do Tribunal do Júri, em sua sentença de pronúncia no ano passado. A época, o ato permitiu o relaxamento da prisao provisória do ex-delegado assistente da Secccional Edmilson Brancalion.

A decisao, que será publicada nos próximos dias, foi tomada pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal do Júri, em Sao Paulo. Segundo a ata da reuniao, os três desembargadores decidiram também retomar as acusaçoes contra o investigador Reinaldo Borges Cardoso, que havia sido absolvido juntamente com um suposto cúmplice de fora da polícia, Carlos Alberto Moretti.

O escândalo na Delegacia Seccional veio à tona em 22 de junho de 1998, quando os investigadores Gilberto Shigueru Hissamune, o Giba, e Humberto Félix da Silva, o Betao, além do soldado da PM Joao Soma, foram presos por uma força-tarefa do Gaeco (Grupo de Atuaçao Especial contra o Crime Organizado) e da Corregedoria da Polícia Civil.

Os três foram acusados pela execuçao do soldado Alexandre Nogueira, um suposto cúmplice, e por roubo a um supermercado.

Uma blitz na Delegacia Seccional confirmou a denúncia de que Giba e Betao tinham cocaína e maconha num armário e num veículo da polícia. Brancalion, apontado por testemunhas como chefe do grupo, e outro policial militar, Lindivaldo Soares, se entregaram dias depois.

Pela sentença da juíza, agora alterada, o delegado seria acusado apenas por formaçao de quadrilha, uso de armas proibidas e concussao. Somadas, as penas atingiriam um máximo de quatro anos em regime aberto.

Para justificar o enquadramento dos policiais em concussao (artigo 316 do Código Penal Brasileiro), e nao em tráfico, a juíza considerou que os policiais usavam as drogas para extorquir propinas de supostos consumidores em troca dos flagrantes.

De acordo com o promotor da Vara do Júri de Santo André, Antônio Nobre Folgado, o julgamento pode acontecer três a quatro meses depois da publicaçao do acórdao, começando por Giba e Betao, que permanecem presos.




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