A fé em Santa Edwiges, padroeira dos endividados e dos pobres, foi traduzida em orações, agradecimentos e ofertas, neste sábado, que foi dia da santa. Os fiéis também aproveitaram para pedir emprego e ajuda financeira na paróquia da Vila Vivaldi, em São Bernardo, única no Grande ABC com o nome de Santa Edwiges. A missa campal das 15h, celebrada pelo bispo diocesano, dom Nelson Westrupp, reuniu em torno de dois mil devotos, segundo os organizadores. Até o fechamento desta edição, calculava-se que 3,7 mil fiéis participaram de três missas (inclusive a campal). Ainda seria realizada uma última missa à noite.

A missa especial foi realizada na praça Santa Luzia, que fica na frente da paróquia. “Aproveitem este momento para purificação da fé”, disse o bispo logo no início da celebração, referindo-se à data especialmente dedicada à Santa Edwiges. Estima-se que a santa – cuja tradição está intimamente ligada aos problemas sociais enfrentados pela população – tenha milhões de devotos espalhados pelo país.

Westrupp lembrou que alguns devotos costumam apenas pedir favores pessoais e materiais aos chamados santos populares, atitude com a qual o bispo não concorda. “O fiel deve reproduzir as virtudes de Santa Edwiges na própria vida”, alertou.

De acordo com o histórico religioso, Edwiges usou sua riqueza para ajudar pobres, crianças abandonadas e doentes. Porém, a fama de “santa dos endividados” teria surgido a partir da Idade Média porque as pessoas que não pagavam suas dívidas eram presas ou mortas pela guilhotina. Para salvá-las, Edwiges saldava os débitos dessas pessoas e arrumava-lhes empregos.

“Ela (Santa Edwiges) é muito poderosa. Você não imagina a graça que consegui”, disse, emocionada, a dona de casa Nilce da Silva Segatto, moradora no bairro Rudge Ramos há 60 anos, em São Bernardo. Com um terço na mão e ao lado do marido, Nilce acompanhou, de dentro da igreja, a missa celebrada na praça por dom Nelson.

Devota da santa, a dona de casa Ana Alvarez Grandizoli, 76 anos, veio especialmente da cidade de Campo Limpo Paulista, a 45 km da Capital, para a missa das 15h. “É o quinto ano que venho aqui no dia 16 de outubro. Viemos em quatro ônibus”, contou. Ana enfrentou cerca de duas horas de viagem. “Venho mais agradecer do que pedir”, afirmou.

O empresário Antonio Garrido, 43 anos, morador em Taubaté, interior do Estado, estava pela primeira vez na igreja de São Bernardo. “Vim pedir uma direção. Preciso reerguer minha metalúrgica”, afirmou, referindo-se aos problemas financeiros da empresa. Em troca, depositou um ramalhete de rosas ao pé da santa.

Quermesse – Fora os pedidos e agradecimentos ao pé da santa, os fiéis tiveram outros atrativos na quermesse instalada na área anexa à igreja. Até as 15h deste sábado, cerca de 3 mil pedaços de bolo tinham sido consumidos no local. No total, as voluntárias prepararam 500 quilos de bolo, assados em 115 fôrmas.

Outro atrativo ficou por conta das peças de artesanato vendidas em uma das barracas, especialmente feitas pelo grupo de voluntárias do MAV (Movimento de Amor à Vida). O dinheiro arrecadado será revertido para a compra de enxovais de bebê. “Costumamos distribuir às mães carentes cadastradas na igreja”, explicou a voluntária Maria Aparecida Camilli Romachelli, que integra o MAV.

São Caetano – A 6ª Festa da Padroeira, promovida pela igreja Matriz Sagrada Família, termina neste domingo em São Caetano. Com direito a almoço ao ar livre, a partir das 11h, o evento acontece na praça Arcoverde, no Centro.