As diretorias regionais do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) do Grande ABC realizaram ontem ampla Rodada de Negócios, na unidade do Sesi em Santo André, que recebeu quase 120 empresas, entre as quais nomes como Rhodia, Quattor, Karmann Ghia, Conexel, Rolls-Royce, BridgestoneFirestone e Proxyon. A expectativa dos organizadores é de que a aproximação gere R$ 4 milhões em negócios.

O evento, no formato adotado, é o primeiro realizado pelas regionais da entidade. Trata-se de modelo em que são convidadas âncoras (grandes empresas), pequenas companhias se inscrevem, e é feito um pré-agendamento de encontros, por meio de software que faz o cruzamento de demandas e ofertas.

Segundo o diretor adjunto da diretoria de produtos, serviços e negócios do Ciesp, José Henrique Toledo Corrêa, a ideia da sistemática é aproximar empresários com a área de compras das corporações e também possibilitar o intercâmbio entre os diversos empreendedores. A entidade já realizou neste ano sete atividades desse tipo pelo interior do Estado.

O vice-diretor da regional do Ciesp de São Bernardo, Hitoshi Hyodo, destacou que a iniciativa é uma oportunidade de que indústrias e prestadores de serviços da região, muitas vezes próximos, mas que não se conhecem, possam estabelecer contatos. É uma forma de estimular a geração de empregos e de renda no Grande ABC, assinalou.

Presente ao evento, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Ação Regional de Santo André, Vanderlei Retondo, demonstrou apoio à iniciativa que, segundo ele, pode ajudar a fomentar negócios e ampliar o valor arrecadador. Nos últimos oito anos, a arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) caiu 47% no município.

PARTICIPANTES - Emerson Mello, gerente de vendas e marketing de uma das âncoras, a metalúrgica Proxyon, viu bom potencial de negócios, tanto para compra (de componentes e matéria-prima) quanto para a comercialização de seus produtos. A empresa, de São Bernardo, faz estampados, perfilados e conjuntos soldados para montadoras e autopeças.

Um de seus contatos foi com a pequena Galrei Galvanoplastia, de Diadema, que manifestou interesse em fazer aproximação com a metalúrgica. "É uma oportunidade de fazer uma venda diferenciada", afirmou o executivo José Adolfo Gazabin Simões.

A Galrei se preparou para oferecer seus serviços. Ampliou, neste ano, em 50% sua capacidade produtiva, além de ter adquirido nova tecnologia, ambientalmente mais amigável (um equipamento para pintura organometálica). "Acreditamos que a crise seria passageira", relatou Simões.