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PDT deixa base do governo Claudinho em Rio Grande

Saída da legenda do bloco faz prefeito perder mais um vereador, um secretário e um secretário adjunto

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
30/08/2021 | 10:00
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Nario Barbosa/ DGABC


Atualizada às 22h55

O PDT foi mais um partido a desembarcar do governo do prefeito de Rio Grande da Serra, Claudinho da Geladeira (PSDB). A sigla bateu o martelo sobre a saída da base no fim de semana e anunciou ontem a decisão, que leva o vereador Israel Mendonça (PDT) para a bancada de oposição. Como resposta, Claudinho exonerou dois secretários ligados ao ex-prefeiturável Carlos Augusto César, o Cafu (PDT), com quem está rompido politicamente.

Pela manhã, o irmão de Israel, Gilvan Mendonça (PDT), apresentou pedido de exoneração da função de secretário executivo de Política e Promoção Social. Presidente da sigla na cidade, Sandro Carvalho Ferreira também deixou o cargo de secretário adjunto da pasta de Governo. À tarde, veio o contragolpe: Alexandra Aguiar (Administração) e Marcelo Roberto da Costa (Serviços Urbanos) foram demitidos. A pasta de Administração deve ficar nas mãos de José Francisco Jacinto, o Icão, ex-chefe de gabinete do vereador Chiquinho do Zaíra (Avante), de Mauá.

Pelas redes sociais, o PDT divulgou carta na qual explica os motivos do distanciamento. “Dentre as muitas discordâncias com o prefeito, destacamos sua forma arrogante e ditatorial de governar, manifestando total falta de respeito e desprezo pela população, agredindo verbalmente comerciantes, lideranças religiosas e classe política (na Câmara)”, disse o partido. “Claudinho frustrou não só o nosso povo, mas todas as forças políticas que se aliaram ao seu projeto político, pois todos acreditaram que teríamos um governo democrático, participativo, com uma gestão de excelência que traria melhorias e crescimento à nossa cidade.”

O PDT comprou briga com as direções nacional e estadual para subir no palanque de Claudinho no ano passado. Nas esferas superiores, a legenda direcionou o caminho ao lado da então vice-prefeita Marilza de Oliveira (PSD), escolhida do ex-prefeito Gabriel Maranhão (Cidadania) para a sucessão. A cúpula municipal bateu o pé em torno do apoio a Claudinho e ganhou a queda de braço. Compôs o governo assim que o hoje tucano tomou posse.

Com a decisão do núcleo pedetista, a bancada de oposição a Claudinho chega a nove vereadores – somente Marcelo Akira (Podemos), Elias Policial (Podemos), Roberto Contador (Avante) e Zé Carlos (Cidadania) figuram no bloco de apoio ao chefe do Executivo. Na semana passada, o vereador Raimundo Pulú (DEM) decidiu sair do grupo aliado do tucano e engrossou a lista oposicionista.

“Ao deixar a base de apoio do governo, o PDT reafirma seu compromisso histórico de continuar lutando pela democracia, justiça social e projeto de transformar Rio Grande da Serra numa cidade que dê a seu povo prazer e orgulho de nela viver”, finalizou o partido, em nota.

CRISE
As movimentações recentes são reflexos da briga política entre Claudinho e Cafu. Os dois, que foram correligionários no PT, atuaram juntos na eleição do ano passado, sendo Cafu o principal fiador da campanha do hoje tucano – tanto que colocou sua ex-mulher Penha Fumagalli (PTB) como vice na chapa.

Desde o desentendimento, Claudinho vê derreter sua base no Legislativo e assistiu à abertura da CPI. Do outro lado, integrantes do governo preparam retaliações contra a oposição para os próximos dias.




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