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Asiáticos já refletem no
faturamento das empresas
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
11/02/2011 | 07:10
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A importação desmensurada de produtos asiáticos, principalmente vindos da China, já reflete negativamente no faturamento das micro e pequenas indústrias do Grande ABC. Em 2010, as vendas dessas companhias caíram 2,2%, enquanto as receitas das indústrias do Estado como um todo cresceram 10,9%. Os dados provêm de pesquisa mensal realizada pelo Sebrae-SP.

A diferença expressiva se dá pela concentração do setor automobilístico na região. As autopeças, braço-direito do segmento responsável pela produção dos componentes de um veículo, vêm sofrendo cada vez mais o efeito da concorrência asiática desde que a economia começou a se recuperar da crise, em meados de 2009, e o real foi valorizado - o dólar, por sua vez, ficou mais barato, na casa do R$ 1,70.

Para a Metalmech, pequena fabricante de molas, artefatos e arames de Mauá, 2010 não foi um bom ano devido à árdua concorrência com itens do Exterior. Seu faturamento foi 5% inferior ao registrado em 2009. "Perdemos vendas de diversos componentes, entre eles aramados, como os para-sóis. Algumas montadoras passaram a confeccioná-los utilizando estrutura de plástico vinda da China e por um preço bem menor", conta o proprietário Emanuel Teixeira, que também é vice-diretor da regional do Ciesp de Santo André.

Outro vácuo que se criou na linha de produção de Teixeira foram as molas para máquinas e equipamentos, que perderam espaço para os bens de capital importados. Dados da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) mostram que, de janeiro a novembro de 2010, as exportações cresceram 18,8%, fechando em US$ 8,28 bilhões, longe dos US$ 22,60 bilhões alcançados pelas importações, alta de 32,2% no mesmo período.

Para a consultora do Sebrae-SP Letícia Aguiar, além de a concorrência com os importados mais acirrada, a indústria automobilística também perdeu incentivos fiscais, o que levou à redução de suas vendas. "Pela forte ligação de muitas empresas da região com o setor automotivo, existe acompanhamento do movimento da indústria, mas sempre com reflexos mais fortes, seja positiva ou negativamente."

Considerando todos os segmentos, o faturamento das micro e pequenas empresas da região encerrou 2010 com alta de 1,5%, enquanto que a média estadual cresceu 9,6%. Letícia explica que essa diferença se dá também pelo fato de a região ter se recuperado da crise primeiro do que o restante do Estado. Com isso, a base de comparação ficou mais alta.




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