Um problema que se prolonga desde 16 de junho de 1982 finalmente terá solução. Foi nessa data que centenas de pessoas invadiram parte do Centreville, conjunto habitacional que estava sendo construído em Santo André. Desde então, a questão se arrasta e atravessa governos, sem que uma solução para o caso fosse encontrada.

Ontem, em entrevista exclusiva a este Diário, o prefeito Paulo Serra (PSDB) revelou acordo firmado com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para que as famílias que moram no local possam, finalmente, ter o título de posse dos seus imóveis. E, melhor, a custo zero.

Segundo o prefeito, cerca de 3.000 moradias vão ser regularizadas ainda no primeiro semestre. Sendo que 700 famílias receberão os documentos que as tornam donas de suas casas até o fim de fevereiro.

A novela é antiga, tem 37 anos de duração e teve como um de seus principais protagonistas o ex-secretário de Habitação de Santo André e hoje secretário executivo na pasta estadual, Fernando Marangoni. Ele destacou que a anistia não trará custos para a cidade nem para o Estado, visto que todo o processo é amparado por lei federal que fixa regras para a regularização fundiária no País. Assim, a CDHU não estará doando os terrenos, mas fazendo um convênio com o município para que os lotes sejam regulamentados.

O Centreville foi, ao longo dos anos, um dos assuntos mais recorrentes deste Diário. Inúmeras reportagens foram produzidas, contando a história do espaço que foi projetado para ser um bairro de luxo, mas que teve as obras paradas em razão do pedido de falência da construtora responsável pela obra.

As várias tentativas frustradas de legalização, as mazelas sociais advindas da ocupação desordenada e muitas outras situações problemáticas marcaram o noticiário.

Com isso, o relato de que, após quase quatro décadas, o imbróglio será solucionado é notícia a ser comemorada. E muito.